Dermatologia Clínica

A dermatologia clínica é responsável por cuidar do maior órgão do corpo humano, a pele. São mais de 3 mil doenças dermatológicas que afetam a pele de crianças, adultos e idosos. Doenças ou alterações de pele, cabelos e unhas devem ser avaliadas pelo médico dermatologista, para que o diagnóstico seja feito e o melhor tratamento para o seu caso seja iniciado.

O que é?

Muito comum, acne é o nome dado a espinhas e cravos que surgem devido a um processo inflamatório das glândulas sebáceas e dos folículos pilossebáceos. Muito frequente na fase da adolescência, sem deixar de ser comum também em adultos, principalmente em mulheres. Além do incômodo das lesões, como na adolescência a aparência é um fator importante, o comprometimento estético determinado por alterações da pele pode atingir o lado psicológico e tornar o adolescente inseguro, tímido, deprimido, infeliz, com rebaixamento da autoestima e com consequências sérias que podem persistir pelo resto da vida.

 

Sintomas
Hormônios sexuais, que começam a ser produzidos na puberdade, são os principais responsáveis pelas alterações das características da pele, assim como pelo surgimento da acne. As lesões aparecem com mais frequência na face, mas também podem ocorrer nas costas, ombros e peito. Esses hormônios, chamados andrógenos e estrógenos, são produzidos tanto pelos ovários (mulher) e testículos (homem) quanto pelas glândulas suprarrenais (duas pequenas glândulas situadas sobre os rins) em ambos os sexos. A produção dos andrógenos é maior nos homens e a dos estrógenos é maior nas mulheres. São os andrógenos os responsáveis pelo início do funcionamento das chamadas glândulas sebáceas que são mais ativas na face, peito, costas e couro cabeludo. Essas glândulas estão presentes desde o nascimento, mas são mais ativas na puberdade, época em que, em pessoas com predisposição genética, desencadeia mudanças relacionadas ao conteúdo de gordura (secreção sebácea) da pele e do couro cabeludo. Assim, os sintomas principais são: comedões (cravos); pápulas (lesões sólidas arredondadas, endurecidas e eritematosas); pústulas (lesões com pus); nódulos (lesões caracterizadas pela inflamação, que se expandem por camadas mais profundas da pele e podem levar à destruição de tecidos, causando cicatrizes) e cistos (maiores que as pústulas, inflamados, expandem-se por camadas mais profundas da pele, podem ser muito dolorosos e deixar cicatrizes). Pode ocorrer piora relacionada a situações de estresse ou no período menstrual. Certos medicamentos como corticoides, vitaminas do complexo B, exposição exagerada ao sol, contato com óleos, graxas ou produtos gordurosos, época do ano (especialmente inverno) e, principalmente, o hábito de mexer nas lesões (“espremer cravos e espinhas”) pioram o quadro. A acne não é contagiosa e não se relaciona à “sujeira” da pele ou do sangue.

Tratamentos

O ideal é a acne ser tratada o mais precocemente possível. Está ultrapassada a ideia de que não se deve tratá-la por ser considerada “própria da idade”, “de desaparecimento espontâneo com o tempo” ou “de não ser doença”. Seu controle é recomendável não só por razões estéticas, como também para preservar a saúde da pele e a saúde psíquica, além de prevenir cicatrizes (marcas da acne) tão difíceis de corrigir na idade adulta. E a melhor forma de evitá-las é começar o tratamento adequado o mais cedo possível. Ou seja, a acne tem tratamento e pode ser curada ou controlada, porém, isso pode levar bastante tempo. Importante: quem tem acne não deve, em nenhuma hipótese, manipular (“cutucar, espremer”) as lesões, pois isso pode levar à infecção, inflamação e cicatrizes. Há opções tanto de terapia local, quanto por via oral, ou a combinação de ambas. O tratamento vai variar de acordo com a gravidade e a localização, e em função de características individuais. É necessário verificar se há lesões não inflamatórias (“cravos”) e/ou inflamatórias (“espinhas”, nódulos, cistos) e/ou cicatrizes. Em formas leves, o tratamento pode ser apenas local, com inúmeros produtos existentes no mercado, isolados ou combinados: ácido salicílico, peróxido de benzoíla, retinoides (tretinoína, adapaleno), antibióticos (clindamicina e eritromicina, de preferência associados – no mesmo produto – aos retinoides ou peróxido de benzoíla) e ácido azeláico. Quando o quadro não evolui bem o tratamento por via oral é associado, utilizando-se antibióticos específicos, da classe das ciclinas (tetraciclina, doxiciclina, minociclina, limeciclina) ou macrolídios (eritromicina) ou sulfas (sulfametoxazol-trimetoprim), sempre associados ao tratamento local com retinoides ou peróxido de benzoíla ou ácido azeláico. O tratamento com antibiótico oral deve ser feito por, no máximo, três meses, em um ou até três ciclos. O tratamento hormonal, com anticoncepcionais orais, é sempre útil para as mulheres, desde que não existam contraindicações. Quando não há uma boa resposta aos tratamentos e se percebe uma tendência para cicatrizes ou um importante impacto negativo na qualidade de vida, deve ser indicada, o mais precocemente possível e desde que não existam contraindicações, a isotretinoína oral, mesmo em casos moderados. Contudo, esta droga é absolutamente contraindicada quando há possibilidade de gravidez, pois pode causar danos graves ao feto. Os efeitos colaterais mais comuns são: ressecamento dos lábios, nariz, olhos, pele do corpo; aumento do colesterol, triglicerídeos e enzimas hepáticas. Portanto, são necessários exames de sangue antes e durante o tratamento. É obrigatório afastar gravidez com um teste, aguardar a menstruação para iniciar o tratamento e se assegurar sobre o uso de métodos anticoncepcionais, iniciado um mês antes, mantido durante todo o tratamento e por um período de um mês após a suspensão da droga. Não existem riscos para gestações no futuro. Procedimentos complementares que ajudam no controle da acne são: extração de “cravos”, drenagem de abscessos, infiltração com corticoides em lesões nodulares muito inflamadas ou em cicatrizes elevadas, peelings químicos, microdermabrasão, alguns tipos de laser, luzes e esfoliações químicas. Orientação para não manipular as lesões e proteção solar são ações coadjuvantes importantes durante o tratamento. A limpeza de pele, quando bem indicada pelo dermatologista, e bem executada por esteticista treinado, pode ser um ótimo complemento do tratamento de algumas formas de acne. Observação: nunca uma limpeza de pele feita por leigos pode ser considerada forma de tratamento.

Prevenção

A prevenção começa com higiene adequada da pele com um sabonete ou produto de limpeza indicado especialmente para pela acneica ou oleosa. A limpeza excessiva é prejudicial à pele como um todo (causando irritação) e pode piorar as lesões. Também se deve evitar cosméticos que aumentem a oleosidade. Acne tem forte componente genético, e não se relaciona diretamente com alimentação. Apesar de vários tabus, não é necessária nenhuma dieta ou restrição alimentar para seu tratamento ou prevenção. A pele pode melhorar após a exposição ao sol, porém, essa melhora é apenas temporária e a exposição exagerada acarreta piora do quadro. As pessoas com acne, como todos, devem se expor ao sol de maneira cuidadosa, racional e orientada.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/acne/23/

 

 

O que é?

A dermatite de contato (ou eczema de contato) é uma reação inflamatória na pele decorrente da exposição a um agente capaz de causar irritação ou alergia. Existem dois tipos de dermatite de contato a irritativa e a alérgica: – Irritativa: causada por substâncias ácidas ou alcalinas, como sabonetes, detergentes, solventes ou outras substâncias químicas. Pode aparecer na primeira vez em que entramos em contato com o agente causador, o que ocorre com um grande número de pessoas. As lesões da pele geralmente são restritas ao local do contato. – Alérgica: surge após repetidas exposições a um produto ou substância. Depende de ações do sistema de defesa do organismo, e por esse motivo pode demorar de meses a anos para ocorrer, após o contato inicial. Essa forma de dermatite de contato aparece, em geral, pelo contato com produtos de uso diário e frequente, como perfumes, cremes hidratantes, esmaltes de unha e medicamentos de uso tópico, entre outros. As lesões da pele acometem o local de contato com a pele, podendo se estender à distância. Alguns produtos causam reações somente após exposição solar concomitante, como o sumo de frutas cítricas e perfumes. Outros itens podem entrar em contato com a pele quando carregados pelo ar, como inseticidas em spray e perfumes para ambientes. As dermatites de contato podem ocorrer tanto no ambiente doméstico como nas atividades de lazer e no trabalho. Neste último, é chamada de dermatite de contato ocupacional. Veja a lista a seguir contendo algumas substâncias que podem causar alergia:

Plantas;
Metais: níquel ou outros presentes em bijuterias, relógios e adornos de roupas ou calçados;
Medicamentos tópicos: antibióticos, anestésicos e antifúngicos;
Cosméticos: perfumes, xampus, condicionadores, cremes hidratantes e esmaltes de unhas;
Roupas e tecidos sintéticos;
Detergentes e solventes;
Adesivos;
Cimento, óleos, graxas e tinta de parede.
O diagnóstico pode ser esclarecido pelo teste alérgico de contato (patch-test) que consiste na aplicação de 30-40 substâncias na pele das costas. Esses adesivos ficam na pele por 48 horas; depois se observa se causaram alergia no local. De acordo com a substância testada, pode ser sugerida a causa da dermatite de contato.

Sintomas

Os sintomas são variáveis e dependem da causa: ardor ou queimação até intensa coceira (prurido). As reações alérgicas podem ocorrer repentinamente ou meses após a exposição a uma substância, o que pode dificultar na descoberta do agente causador da alergia ou irritação. A dermatite alérgica, muitas vezes, provoca uma erupção vermelha no(s) local(is) no qual a substância entrou em contato. A reação alérgica surge de 24 a 48 horas após a exposição. A lesão pode ser vermelha, inchar e apresentar pequenas bolhas; ser quente; ou formar crostas espessas. Na dermatite irritante, os sintomas são mais discretos, com pouca coceira e sensação de dor e queimação. Ela torna a pele seca, vermelha e áspera, sendo que fissuras podem se formar no local. As mãos são um local comum da dermatite de contato. Vários agentes podem ser os causadores, como produtos de limpeza, cosméticos (cremes e loções hidratantes). As mãos, aliás, são frequentemente afetadas em atividades profissionais, como cabeleireiros, auxiliares de limpeza e pedreiros.

Tratamentos

O tratamento, feito por um médico, depende muito da extensão e da gravidade do quadro, e as medidas poderão ser apenas locais ou incluir a utilização de medicações via oral ou injetável. Um dos primeiros passos inclui a higienização com água para remover qualquer vestígio do irritante ou alérgeno que possa ter permanecido na pele. Quando as lesões estão muito úmidas, geralmente na fase aguda, pode-se utilizar compressas úmidas, secativas ou antissépticas. Cremes ou pomadas de corticosteroides são utilizados para reduzir a inflamação da pele. É fundamental seguir atentamente as instruções ao usar esses produtos. Isso porque, em excesso, mesmo os itens mais fracos podem deixar a pele dependente. Adicionalmente, ou para substituir os corticosteroides, o médico pode prescrever os chamados imunomoduladores tópicos, como tacrolimus. Em casos nos quais a pessoa sinta muita coceira, e/ou nos mais graves, pode ser necessário o uso de antialérgicos orais ou corticosteroides orais ou injetáveis. Emolientes e hidratantes ajudam a manter a pele úmida e também auxiliam em sua reparação e proteção. Eles são utilizados nas fases de resolução, quando a pele começa a descamar e secar, além de ser parte fundamental para a prevenção e o tratamento da dermatite de contato, principalmente aquelas que envolvem contato frequente com água. Em caso de alergia, a pessoa jamais deve se automedicar ou buscar “soluções mágicas”, pois elas podem agravar ainda mais o problema. O correto é procurar sempre um médico.

Prevenção

Deve-se identificar o agente irritante ou alergênico que desencadeou a dermatite e evitá-lo. Usar produtos hipoalergênicos e lavar as mãos após a exposição a substâncias que podem provocar a irritação também ajuda na prevenção. Nos casos de problemas que surgiram no ambiente de trabalho, é indicado o uso de vestimentas adequadas como luvas, calçados e uniformes, por exemplo.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-de-contato/2/

 

O nome técnico da unha é aparelho ungueal. Ele é formado por: Lâmina ungueal(a unha propriamente dita); Leito ungueal, pele que fica logo abaixo da lâmina; Matriz ou fábrica da unha; Tecidos periungueais.

Localiza-se na ponta dos dedos das mãos e dos pés e sua principal função é proteger a região de traumas e choques. Também tem a missão de defesa e serve para apreender objetos, tem importância ornamental e o seu aspecto pode até mesmo revelar doenças sistêmicas.

A cutícula é uma estrutura de pele mais grossa que margeia toda a parte aderida da lâmina ungueal. Ela forma uma espécie de selo e não deve ser removida. Sua função principal é justamente a de impedir a entrada de substâncias e micro-organismos que possam penetrar e atingir a matriz ungueal.

As unhas podem ser cortadas com tesoura e/ou aparadas com lixas, de preferência de uso pessoal ou descartáveis. O melhor formato é o arredondado nas mãos e quadrado nos pés. O tamanho das unhas das mãos deve levar em conta algumas particularidades, como profissão, hábitos e hobbies. Nos pés deve se evitar unhas muito compridas porque podem gerar mecanismo de alavanca e descolar as unhas do leito. Isso deixa um aspecto feio e amarelado nas unhas e pode levar ao acúmulo de acúmulo de sujeira e detritos. A cutícula não deve ser retirada, pois isso deixa a unha desprotegida e facilita a entrada de fungos e bactérias.

No mercado de cosméticos há inúmeros produtos destinados às unhas, como esmaltes, brilhos, bases, hidratantes, fortificantes etc. Alguns, no entanto, podem provocar alergia. Em caso de surgimento de coceira na pele, lesões avermelhadas ou outras complicações, interromper o uso e procurar um dermatologista. A alergia ao esmalte costuma dar vermelhidão e coceira na face, pescoço e pálpebras.

Atenção: é preciso deixar as unhas sem esmalte uma semana por mês, no mínimo. O uso ininterrupto de esmalte causa ressecamento e enfraquecimento das unhas, por isso a necessidade dessa pausa. Durante o intervalo, deve haver a aplicação de hidratantes próprios para evitar o ressecamento. Na impossibilidade dessa pausa sem esmalte, deixe pelo menos dois a três dias de intervalo entre as esmaltações.

O hábito de lixar a parte de cima da unha pode ser prejudicial, pois retira camadas de queratina e deixa as unhas mais frágeis e finas. O uso de acetona pode tornar as unhas mais frágeis e quebradiças. Se no salão de beleza a profissional fizer esse tipo de sugestão, recuse. Prefira os removedores de esmalte que não contêm acetona.

Muitos problemas nas unhas, aliás, são causados por procedimentos de manicure ou higiene feitos incorretamente. Se você percebe que as suas unhas são mais frágeis ou sensíveis, pergunte ao seu dermatologista quais procedimentos estão mais indicados para o seu caso.

Se a pessoa tiver o hábito de mexer muito com água e/ou produtos de limpeza, o uso de luvas é fundamental! O indicado é usar uma luva de algodão por baixo e de borracha por cima, para evitar que a cutícula se degenere em contato frequente com essas substâncias.

Onicomicose

A onicomicose é uma infecção nas unhas, causada por fungos, que se alimentam da queratina, proteína que forma a maior parte das unhas. As unhas dos pés são as mais afetadas por enfrentarem ambientes úmidos, escuros e quentes com maior frequência do que as mãos. Esse ambiente é considerado ideal para o crescimento dos fungos.

Veja alguns tipos de micoses de unhas:
Descolamento da borda livre

Forma mais frequente em que a unha se descola, geralmente iniciando pelos cantos. O espaço fica oco, podendo acumular restos de queratina e bactérias, além dos fungos. O aspecto fica amarelado ou esbranquiçado. Nem toda a unha que está descolada sofre de micose. Isso pode acontecer pelo trauma de unhas compridas nos sapatos e em pessoas que correm ou praticam esportes de impacto como tênis e futebol.

Espessamento

Ocorre quando as unhas ficam mais duras e grossas e, geralmente, também escurecem. Pode doer. A micose pode levar a unha a adquirir um aspecto grosso, que chamamos popularmente de “unha de telha” ou “unha de gavião”. Não necessariamente toda a unha com esse aspecto sofre de micose. Isso pode acontecer somente pelo uso de sapatos apertados durante muitos anos.

Leuconíquia

É quando aparecem manchas brancas na superfície da unha. Isso pode ser o início de uma micose ou pode ser decorrente do envelhecimento dos esmaltes sobre as unhas.

Destruição e deformidades
A unha fica frágil e quebradiça e isso pode levar às mais diversas deformidades.

 

Paroníquia

O “unheiro” geralmente é contaminado por um tipo de fungo que chamamos de Candida. A candidose é a mesma que pode surgir em pacientes com corrimento vaginal. Trata-se de um fungo oportunista que não é o culpado do surgimento desse tipo de problema, mas ele ajuda a piorar o quadro. Inicialmente há inflamação, com dor e vermelhidão da pele ao redor da unha. Isso acaba se tornando crônico e leva à perda da cutícula, que deixa de nascer. Com o tempo, a inflamação cede e há um aumento da pele dessa região, que se torna espessada e endurecida. Nesse momento, começa a ocorrer uma alteração no formato da unha e ela cresce ondulada e com alterações de cor e na superfície.

Essa inflamação da pele ao redor da unha, ou seja, do tecido periungueal, pode ser provocada por fungos e bactérias, mas a principal causa é umidade constante da mão, principalmente em pessoas que manipulam muito a água e produtos de limpeza. Ela é popularmente conhecida como mão de lavadeira ou unheiro.

TRATAMENTO

Os tratamentos podem ser de uso local, sob a forma de cremes, soluções ou esmaltes. Em caso de acometimentos superiores a 30% de uma unha ou várias unhas acometidas ao mesmo tempo é necessário tratamento via oral também. A duração é, em média, de 6 meses, podendo chegar a 1 ano, pois depende do crescimento das unhas, que é lento. A persistência é fundamental para o sucesso do mesmo. O tratamento deve ser orientado por um dermatologista! Evite a automedicação, pois ela pode mascarar sintomas. Não interrompa o tratamento antes do tempo recomendado pelo dermatologista, mesmo que ache que a unha melhorou, pois a infecção pode ainda estar presente e isso pode levar a cura incompleta.

O tratamento da paroníquia pode requerer uma intervenção cirúrgica, por isso é muito importante evitar o contato com água e iniciar o uso de luvas o quanto antes.

As alterações nas unhas podem ser uma manifestação de uma doença sistêmica. Evite tratamentos caseiros e indicações de profissionais não médicos para tratar qualquer lesão ungueal ou periungueal. Procure um dermatologista.

 

FONTES:

https://www.sbd.org.br/dermatologia/unha/cuidados/conheca-suas-unhas/
https://www.sbd.org.br/dermatologia/unha/cuidados/cuidados-com-as-unhas/
https://www.sbd.org.br/dermatologia/unha/cuidados/onicomicose/

 

O que é?

O câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil, sendo que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) registra, a cada ano, cerca de 180 mil novos casos. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem letalidade baixa, porém, seus números são muito altos. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se dispõem formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. Mais raro e letal que os carcinomas, o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.

 

Tipos de câncer da pele:

Carcinoma basocelular (CBC): o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, que se encontram na camada mais profunda da epiderme (a camada superior da pele). Tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Os CBCs surgem mais frequentemente em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente. Em alguns casos, além da exposição ao sol, há outros fatores que desencadeiam seu surgimento. Certas manifestações do CBC podem se assemelhar a lesões não cancerígenas, como eczema ou psoríase. Somente um médico especializado pode diagnosticar e prescrever a opção de tratamento mais indicada. O tipo mais encontrado é o CBC nódulo-ulcerativo, que se traduz como uma pápula vermelha, brilhosa, com uma crosta central, que pode sangrar com facilidade.

Carcinoma espinocelular (CEC):  segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço etc. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na pigmentação e perda de elasticidade. O CEC é duas vezes mais frequente em homens do que em mulheres. Assim como outros tipos de câncer da pele, a exposição excessiva ao sol é a principal causa do CEC, mas não a única. Alguns casos da doença estão associados a feridas crônicas e cicatrizes na pele, uso de drogas antirrejeição de órgãos transplantados e exposição a certos agentes químicos ou à radiação. Normalmente, os CECs têm coloração avermelhada e se apresentam na forma de machucados ou feridas espessos e descamativos, que não cicatrizam e sangram ocasionalmente. Eles podem ter aparência similar à das verrugas. Somente um médico especializado pode fazer o diagnóstico correto.

Melanoma: tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, o melanoma tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade. Embora o diagnóstico de melanoma normalmente traga medo e apreensão aos pacientes, as chances de cura são de mais de 90%, quando há detecção precoce da doença. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Porém, a “pinta” ou o “sinal”, em geral, mudam de cor, de formato ou de tamanho, e podem causar sangramento. Por isso, é importante observar a própria pele constantemente, e procurar imediatamente um dermatologista caso detecte qualquer lesão suspeita. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos. Além disso, vale lembrar que uma lesão considerada “normal” para um leigo, pode ser suspeita para um médico.

Pessoas de pele clara e que se queimam com facilidade quando se expõem ao sol, com fototipos I e II, têm mais risco de desenvolver a doença, que também pode manifestar-se em indivíduos negros ou de fototipos mais altos, ainda que mais raramente. O melanoma tem origem nos melanócitos, as células que produzem melanina, o pigmento que dá cor à pele. Normalmente, surge nas áreas do corpo mais expostas à radiação solar. Em estágios iniciais, o melanoma se desenvolve apenas na camada mais superficial da pele, o que facilita a remoção cirúrgica e a cura do tumor. Nos estágios mais avançados, a lesão é mais profunda e espessa, o que aumenta a chance de se espalhar para outros órgãos (metástase) e diminui as possibilidades de cura. Por isso, o diagnóstico precoce do melanoma é fundamental. Embora apresente pior prognóstico, avanços na medicina e o recente entendimento das mutações genéticas, que levam ao desenvolvimento dos melanomas, possibilitaram que pessoas com melanoma avançado hoje tenham aumento na sobrevida e na qualidade de vida.

A hereditariedade desempenha um papel central no desenvolvimento do melanoma. Por isso, familiares de pacientes diagnosticados com a doença devem se submeter a exames preventivos regularmente. O risco aumenta quando há casos registrados em familiares de primeiro grau.

Atualmente, testes genéticos são capazes de determinar quais mutações levam ao desenvolvimento do melanoma avançado (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4) e, assim, possibilitam a escolha do melhor tratamento para cada paciente. Apesar de ser raramente curável, já é possível viver com qualidade, controlando o melanoma metastático por longo prazo.

 
 
Sintomas

O câncer da pele pode se assemelhar a pintas, eczemas ou outras lesões benignas. Assim, conhecer bem a pele e saber em quais regiões existem pintas, faz toda a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade. Somente um exame clínico feito por um médico especializado ou uma biópsia podem diagnosticar o câncer da pele, mas é importante estar sempre atento aos seguintes sintomas:

  • Uma lesão na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente;
  • Uma pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas bordas e cresce de tamanho;
  • Uma mancha ou ferida que não cicatriza, que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.

Além de todos esses sinais e sintomas, melanomas metastáticos podem apresentar outros, que variam de acordo com a área para onde o câncer avançou. Isso pode incluir nódulos na pele, inchaço nos gânglios linfáticos, falta de ar ou tosse, dores abominais e de cabeça, por exemplo.

A seguir, a metodologia indicada por dermatologistas para reconhecer as manifestações dos três tipos de câncer da pele: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma. Para auxiliar na identificação dos sinais perigosos, basta seguir a Regra do ABCDE. Mas, em caso de sinais suspeitos, procure sempre um dermatologista. Nenhum exame caseiro substitui a consulta e avaliação médica.

 

Regra do ABCDE
  • Assimetria
  • Assimétrico: maligno
  • Simétrico: benigno
  • Borda
  • Borda irregular: maligno
  • Borda regular: benigno
  • Cor
  • Dois tons ou mais: maligno
  • Tom único: benigno
  • Dimensão
  • Superior a 6 mm: provavelmente maligno
  • Inferior a 6 mm: provavelmente benigno

Evolução

Cresce e muda de cor: provavelmente maligno

Não cresce nem muda de cor: provavelmente benigno

 

Tratamentos

Todos os casos de câncer da pele devem ser diagnosticados e tratados precocemente, inclusive os de baixa letalidade, que podem provocar lesões mutilantes ou desfigurantes em áreas expostas do corpo, causando sofrimento aos pacientes. Felizmente, há diversas opções terapêuticas para o tratamento do câncer da pele não-melanoma. A modalidade escolhida varia conforme o tipo e a extensão da doença, mas, normalmente, a maior parte dos carcinomas basocelulares ou espinocelulares pode ser tratada com procedimentos simples. Conheça os mais comuns:

Cirurgia excisional: remoção do tumor com um bisturi, e também de uma borda adicional de pele sadia, como margem de segurança. Os tecidos removidos são examinados ao microscópio, para aferir se foram extraídas todas as células cancerosas. A técnica possui altos índices de cura, e pode ser empregada no caso de tumores recorrentes.

Curetagem e eletrodissecção: usadas em tumores menores, promovem a raspagem da lesão com cureta, enquanto um bisturi elétrico destrói as células cancerígenas. Para não deixar vestígios de células tumorais, repete-se o procedimento algumas vezes. Não recomendáveis para tumores mais invasivos.

Criocirurgia: promove a destruição do tumor por meio do congelamento com nitrogênio líquido. A técnica tem taxa de cura menor do que a cirurgia excisional, mas pode ser uma boa opção em casos de tumores pequenos ou recorrentes. Não há cortes ou sangramentos. Também não é recomendável para tumores mais invasivos.

Cirurgia a laser: remove as células tumorais usando o laser de dióxido de carbono ou erbium YAG laser. Por não causar sangramentos, é uma opção eficiente para aqueles que têm desordens sanguíneas.

Cirurgia Micrográfica de Mohs: o cirurgião retira o tumor e um fragmento de pele ao redor com uma cureta. Em seguida, esse material é analisado ao microscópio. Tal procedimento é repetido sucessivamente, até não restarem vestígios de células tumorais.  A técnica preserva boa parte dos tecidos sadios, e é indicada para casos de tumores mal-delimitados ou em áreas críticas principalmente do rosto, onde cirurgias amplas levam a cicatrizes extensas e desfiguração.

Terapia Fotodinâmica (PDT): o médico aplica um agente fotossensibilizante, como o ácido 5-aminolevulínico (5-ALA) na pele lesada. Após algumas horas, as áreas são expostas a uma luz intensa que ativa o 5-ALA e destrói as células tumorais, com mínimos danos aos tecidos sadios.

Além das modalidades cirúrgicas, a radioterapia, a quimioterapia, a imunoterapia e as medicações orais e tópicas são outras opções de tratamentos para os carcinomas. Somente um médico especializado em câncer da pele pode avaliar e prescrever o tipo mais adequado de terapia.


Melanoma

O tratamento varia conforme a extensão, agressividade e localização do tumor, bem como a idade e o estado geral de saúde do paciente. As modalidades mais utilizadas são a cirurgia excisional e a Cirurgia Micrográfica de Mohs (citadas acima). Na maioria dos casos, o melanoma metastático não tem cura, por isso é importante detectar e tratar a doença o quanto antes. Embora não tenha cura, o tratamento do melanoma avançado evoluiu muito nas últimas décadas; hoje já é possível viver por mais tempo e com mais qualidade, controlando a doença em longo prazo. Para isso, é importante que os pacientes passem por testes genéticos capazes de determinar quais mutações apresentam (como BRAF, cKIT, NRAS, CDKN2A, CDK4), possibilitando, assim, a escolha dos tratamentos que podem trazer melhores resultados em cada caso.  Mais de 90% dos pacientes com a alteração genética BRAF, por exemplo, podem se beneficiar do tratamento com terapia-alvo oral, capaz de retardar a progressão do melanoma e melhorar a qualidade a vida. Outros tratamentos podem ser recomendados, isoladamente ou em combinação, para o tratamento dos melanomas avançados, incluindo quimioterapia, radioterapia e imunoterapia.

Prevenção

Evitar a exposição excessiva ao sol e proteger a pele dos efeitos da radiação UV são as melhores estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos de tumores cutâneos.

Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol. Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Além destes, os que possuem antecedentes familiares com histórico de câncer de pele, queimaduras solares, incapacidade para se bronzear e muitas pintas também devem ter atenção e cuidados redobrados.

Medidas de proteção:

  • Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e protetores solares.
  • Cubra as áreas expostas com roupas apropriadas, como uma camisa de manga comprida, calças e um chapéu de abas largas.
  • Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas (horário de verão).
  • Na praia ou na piscina, usar barracas feitas de algodão ou lona, que absorvem 50% da radiação ultravioleta. As barracas de nylon formam uma barreira pouco confiável: 95% dos raios UV ultrapassam o material.
  • Usar filtros solares diariamente, e não somente em horários de lazer ou de diversão. Utilizar um produto que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo.  Reaplicar o produto a cada duas horas ou menos, nas atividades de lazer ao ar livre. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para o almoço.
  • Observar regularmente a própria pele, à procura de pintas ou manchas suspeitas.
  • Manter bebês e crianças protegidos do sol. Filtros solares podem ser usados a partir dos seis meses.
  • Consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.

Fotoproteção: a exposição à radiação ultravioleta (UV) tem efeito cumulativo. Ela penetra profundamente na pele, sendo capaz de provocar diversas alterações, como o bronzeamento e o surgimento de pintas, sardas, manchas, rugas e outros problemas. A exposição solar em excesso também pode causar tumores benignos (não cancerosos) ou cancerosos, como o carcinoma basocelular, o carcinoma espinocelular e o melanoma. A maioria dos cânceres da pele está relacionada à exposição ao sol, por isso todo cuidado é pouco.

Sobre os protetores solares (fotoprotetores):  também conhecidos como protetores solares ou filtros solares, são produtos capazes de prevenir os males provocados pela exposição solar, como o envelhecimento precoce e a queimadura solar, além do câncer da pele. O fotoprotetor ideal deve ter amplo espectro, ou seja, ter boa absorção dos raios UVA e UVB, não ser irritante, ter certa resistência à água, e não manchar a roupa. Eles podem ser físicos ou inorgânicos e/ou químicos ou orgânicos. Os protetores físicos, à base de dióxido de titânio e óxido de zinco, se depositam na camada mais superficial da pele, refletindo as radiações incidentes. Eles não eram bem aceitos antigamente pelo fato de deixarem a pele com uma tonalidade esbranquiçada, mas isso tem sido minimizado pela coloração de base de alguns produtos. Já os filtros químicos funcionam como uma espécie de “esponja” dos raios ultravioletas, transformando-os em calor.

Radiação UVA e UVB: um fotoprotetor eficiente deve oferecer boa proteção contra a radiação UVA e UVB. A radiação UVA tem comprimento de onda mais longo e sua intensidade pouco varia ao longo do dia. Ela penetra profundamente na pele, e é a principal responsável pelo fotoenvelhecimento e pelo câncer da pele. Já a radiação UVB tem comprimento de onda mais curto e é mais intensa entre as 10 e as 16 horas, sendo a principal responsável pelas queimaduras solares e pela vermelhidão na pele. Um fotoprotetor com fator de proteção solar (FPS) 2 a 15 possui baixa proteção contra a radiação UVB; o FPS 15-30 oferece média proteção contra UVB, enquanto os protetores com FPS 30-50 oferecem alta proteção UVB e o FPS maior que 50, altíssima proteção UVB. Pessoas de pele clara, que se queimam sempre e nunca se bronzeiam, geralmente aquelas com cabelos ruivos ou loiros e olhos claros, devem usar protetores solares com FPS 30, no mínimo. Já em relação aos raios UVA, não há consenso quanto à metodologia do fator de proteção. Ele pode ser mensurado em estrelas, de 0 a 4, onde 0 é nenhuma proteção e 4 é altíssima proteção UVA; ou em números: < 2, não há proteção UVA; 2-4 baixa proteção; 4-8 média proteção, 8-12 alta proteção e >12 altíssima proteção UVA.  O correto é procurar por esta classificação ou por valor de PPD (Persistent Pigment Darkening – mede o bronzeamento que a pele sofre após a exposição ao raio UVA) nos rótulos dos produtos.

Como escolher um fotoprotetor: em primeiro lugar, o FPS deve ser verificado, quanto é a proteção em relação aos raios UVA, e também se o produto é resistente ou não à água. A nova legislação de filtros solares exige que tudo que seja anunciado no rótulo do produto tenha testes que comprovem eficácia.  Outra mudança é que o valor do PPD que mede a proteção UVA deve ser sempre no mínimo metade do valor do Filtro solar. Isso porque se sabe que os raios UVA também contribuem para o risco de câncer de pele. O “veículo” do produto– gel, creme, loção, spray, bastão – também tem de ser considerado, pois isso ajuda na prevenção de acne e oleosidade comuns quando se usa produtos inadequados para cada tipo de pele. Pacientes com pele com tendência a acne devem optar por veículos livres de óleo ou gel creme. Já aqueles pacientes que fazem muita atividade física e que suam bastante, devem evitar os géis, pois saem facilmente.

Como aplicar o fotoprotetor: o produto deve ser aplicado ainda em casa, e reaplicado ao longo do dia a cada 2 horas, se houver muita transpiração ou exposição solar prolongada. É necessário aplicar uma boa quantidade do produto, equivalente a uma colher de chá rasa para o rosto e três colheres de sopa para o corpo, uniformemente, de modo a não deixar nenhuma área desprotegida. O filtro solar deve ser usado diariamente, mesmo quando o dia estiver frio ou nublado, pois a radiação UV atravessa as nuvens. É importante lembrar que usar apenas filtro solar não basta. É preciso complementar as estratégias de fotoproteção com outros mecanismos, como roupas, chapéus e óculos apropriados. Também é importante consultar um dermatologista regularmente para uma avaliação cuidadosa da pele, com a indicação do produto mais adequado.

Bronzeamento artificial e saúde: uma Resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicada em dezembro de 2009, proibiu a prática de bronzeamento artificial por motivações estéticas no Brasil. Foi o primeiro país no mundo a tomar medidas tão restritivas em relação ao procedimento. Desde então, outras nações com incidência elevada de câncer da pele, como Estados Unidos e Austrália, também tomaram medidas para dificultar a realização do procedimento. As câmaras de bronzeamento artificial trazem riscos comprovados à saúde e, em 2009, foram reclassificadas como agentes cancerígenos pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no mesmo patamar do cigarro e do sol.   A prática de bronzeamento artificial antes dos 35 anos aumenta em 75% o risco de câncer da pele, além de acelerar o envelhecimento precoce e provocar outras dermatoses.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia posiciona-se veementemente favorável à proibição da prática do bronzeamento artificial para fins estéticos em virtude dos prejuízos que causa à população. Como já foi dito, o câncer da pele é o tipo mais comum da doença no Brasil, e sua prevalência cresce anualmente, o que só reforça a necessidade de apoiarmos todas as medidas que favoreçam a prevenção.

Se você tem interesse em fazer bronzeamento artificial, não esqueça: qualquer estabelecimento no Brasil que ofereça esse procedimento com motivações estéticas atua de forma irregular e está sujeito a fechamento e a outras penalidades. Não compactue com uma prática proibida, que pode comprometer seriamente a saúde. Aceite o tom da sua pele como ele é. Pele bonita é pele saudável.

Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/cancer-da-pele/64/

 

O que é?
Queloide é um crescimento anormal de tecido cicatricial que se forma no local de um traumatismo, corte ou cirurgia de pele. É uma alteração benigna, portanto sem risco para a saúde, na qual ocorre uma perda dos mecanismos de controle que normalmente regulam o equilíbrio do reparo e regeneração de tecidos. O queloide pode afetar os dois sexos igualmente, embora exista uma maior incidência em mulheres. Indivíduos com pigmentação mais escura, pessoas negras e pessoas asiáticas são mais propensos a desenvolver queloides. A frequência de queloides em pessoas com pele mais pigmentada é 15 vezes maior do que em pessoas com pele menos pigmentada. A idade média de seu início gira entre 10 e 30 anos. As pessoas em extrema idade raramente desenvolvem queloides. Os queloides podem ocorrer em 5% a 15% das feridas cirúrgicas e apesar de benignos, tendem a recidivar mesmo depois de serem removidos por cirurgia. Se uma pessoa tem tendência a formar queloides, qualquer lesão que possa causar cicatriz pode levar à sua formação. Isso inclui um simples corte, uma cirurgia, uma queimadura ou até mesmo cicatrizes de acne severa. Algumas pessoas podem desenvolver um queloide depois de furar a orelha para colocar brincos e piercings ou mesmo apenas no trauma da tatuagem. Um queloide também pode se formar em feridas de catapora após a doença ter passado. Em casos muito raros, os queloides se formam em pessoas que não feriram a pele. São chamados de “queloides espontâneos”. Os locais mais envolvidos são as áreas do tórax, do colo, do pescoço anterior, dos ombros, dos braços e das orelhas, mas outros locais podem ser afetados.

Sintomas

É como se uma cicatrização não soubesse quando parar de produzir novo tecido. Ao contrário de outras cicatrizes elevadas, chamadas cicatrizes hipertróficas, os queloides crescem sem respeitar os limites da ferida original. Eles não devem ser confundidos com cicatrizes hipertróficas, pois essas são muito mais comuns e, apesar de cicatrizes elevadas e endurecidas, elas mantêm os limites da cicatriz e tendem a melhorar mais rápido com o tratamento adequado. Veja a imagem abaixo*. Alguns casos apresentam queixas de dor, coceira leve ou uma sensação de queimação ao redor da cicatriz. A depender do local afetado também pode ocorrer limitação do movimento ou dor na movimentação. Um queloide que cobre uma área extensa ou se localiza em áreas expostas pode causar grande desconforto físico e psicológico, sendo este último um dos grandes desafios ao tratamento, já que a lesão nem sempre responde rapidamente à terapia.

Tratamentos

Nenhuma terapêutica isolada foi determinada experimentalmente como sendo a mais eficaz no tratamento dos queloides. Eles não aparecem em animais, tornando difíceis os estudos experimentais isolados desses tratamentos. Na grande maioria dos casos, os tratamentos são associados para evitar as recidivas. O tratamento pode ajudar a reduzir os sintomas, como dor e coceira. Se a cicatriz torna difícil algum movimento, o tratamento pode ajudar o paciente a recuperar a movimentação normal, mesmo sem conseguir o resultado cosmético ideal. Entre os tratamentos usados, temos a infiltração de medicamentos como triancinolona, bleomicina, 5 fluoracil e novas drogas, ainda não usuais no país, como INF-alpha, INF-beta e INF-gama. A grande maioria dessas drogas age reduzindo a síntese de fibroblastos, resultando em uma formação anormal do colágeno, além do aumento da ação da enzima que os degrada, a colagenase. Às vezes, a remoção cirúrgica é a única possibilidade, mas deve-se levar em conta que os fatores que originaram o primeiro queloide ainda estão ativos e, portanto, a recidiva é um fato a ser considerado. Os melhores resultados em cirurgia ocorrem quando se remove parte do queloide, uma técnica chamada de “debuking”, e as incisões são realizadas não atingindo a pele normal ao redor. Assim, se tenta evitar estímulos de um novo queloide. Em seguida, ainda na sala de cirurgia, se utilizam os medicamentos injetáveis como medidas de controle de recidiva, seguidos de curativos oclusivos e compressivos. A compressão ajuda a diminuir a vascularização e inibir o seu crescimento. Por isso, são indicados em pacientes com lesões extensas, as chamadas roupas de compressão. Folhas de gel de silicone e curativos oclusivos de silicone foram utilizadas com sucesso variado no tratamento de queloides, e hoje são vendidas em fitas de uso diário e até associadas às placas de compressão. Estas podem ser usadas juntamente com a pressão para evitar que um queloide recidive. Às vezes, o silicone é usado sozinho para achatar um queloide. Já os curativos de compressão mecânica também têm sido usados como uma forma eficaz de tratamento de cicatrizes queloides, especialmente naqueles de lóbulo da orelha. Tratamento com laser pode reduzir a altura e fazer com que a cor de um queloide desapareça, mas deve ser utilizado conjuntamente com outra terapia, como uma série de injeções de corticosteróide ou compressão. A crioterapia usa nitrogênio líquido para congelar o queloide de dentro para fora. É usada para reduzir a dureza e o tamanho de um queloide. A crioterapia funciona melhor em queloides pequenos e deve ser realizado em sessões. Tratamentos isolados de radiação têm pouco resultado, mas se usados logo após a remoção cirúrgica do queloide ajudam a evitar que volte. Os pacientes podem iniciar tratamentos de radiação imediatamente após a cirurgia, no dia seguinte ou uma semana depois. A radiação também pode ser usada isoladamente para reduzir o tamanho de um queloide, no entanto, tende a ser melhor quando realizada após a cirurgia.

Prevenção
Como os queloides não têm tratamento seguramente eficaz, é importante considerar o histórico pessoal e familiar do paciente na prevenção e formação do queloide. Antes de um procedimento cirúrgico, também é fundamental que o médico tenha conhecimento do histórico de cicatrização anormal ou história familiar de formação de cicatrizes queloides do paciente. Em situações nas quais a cirurgia não pode ser evitada, todas as tentativas para minimizar a tensão da pele e a infecção secundária são importantes. Quando possível, a terapia de radiação pré-operatória para a ferida é uma forma útil de prevenção. Além disso, o uso precoce de curativos à base se silicone ajudam na prevenção. Em um estudo, 34% das cicatrizes levantadas tiveram algum achatamento após os pacientes usarem o gel de silicone diariamente durante seis meses. É importante lembrar que pequenos traumas podem ocasionar queloides, portanto, em pacientes propensos, quanto mais rápido essas lesões forem tratadas, menor o risco de se formarem novas lesões. Se uma pessoa notar irritação ao redor do furo da orelha, por exemplo, deve remover o brinco e procurar um dermatologista que fará recomendações de pomadas cicatrizantes. Isso vale também para piercings, feridas de pele ou machucados.

FONTE:
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/queloide/81/

O que é?

Ceratoses ou queratoses actínicas são neoplasias benignas da pele com potencial de transformação para um tipo de câncer de pele (carcinoma de células escamosas ou carcinoma espinocelular). Desenvolvem-se nas áreas da pele expostas ao Sol, pois são induzidas principalmente pela radiação ultravioleta (UV) e constituem marcadores de exposição solar crônica. Como os efeitos da radiação UV são cumulativos, pessoas mais velhas são as mais suscetíveis a desenvolver ceratoses actínicas. Porém, em raros casos, podem acometer pessoas mais jovens que têm propensão a desenvolver ceratoses, como aquelas com um sistema imunológico enfraquecido por quimioterapia, AIDS, transplantes ou, ainda, exposição excessiva à radiação. Deste modo, acomete principalmente indivíduos adultos e idosos de pele mais clara, representando o quarto diagnóstico dermatológico mais comum no Brasil. Embora seja uma lesão pré-cancerígena, apenas 10% das delas evoluem para o carcinoma espinocelular. No entanto, entre 40% e 60% dos carcinomas começam por causa de ceratoses não tratadas. A presença de múltiplas ceratoses indica dano solar intenso, sendo mais provável evoluir para câncer da pele.

Sintomas

A ceratose actínica, em geral, se apresenta como uma lesão avermelhada e áspera localizada frequentemente no rosto, nas orelhas, nos lábios, no dorso das mãos, no antebraço, nos ombros, no colo e no couro cabeludo de pessoas calvas ou em outras áreas do corpo expostas ao sol. As lesões geralmente são pequenas e podem ser múltiplas. Normalmente, são mais palpáveis que visíveis e podemos percebê-las passando suavemente as mãos nas áreas expostas ao sol e sentindo alguns pontos ásperos ao toque. Algumas são similares às verrugas e podem apresentar diferentes aspectos, dependendo da localização. É importante examinar a pele constantemente, e observar se existem lesões anormais, que mudem de tamanho, forma ou textura. Algumas delas podem ser como “lixas”, tamanha a aspereza, outras descamam ou formam uma crosta mais dura. Deve-se ficar atento, pois se houver sangramento, pode ser indício de que a lesão esteja se tornando maligna. A queilite actínica é outra forma de ceratose actínica. Ela se desenvolve nos lábios e também tem potencial para se transformar em carcinoma. Geralmente, indivíduos com queilite actínica perdem o limite do vermelhão dos lábios e têm o inferior mais esbranquiçado e seco que o superior.

Tratamentos

Todos os casos de ceratose actínica devem ser tratados. Há medicamentos tópicos que podem eliminar a lesão. Eles podem ser combinados a outros tipos de terapias ou procedimentos quando necessário. Abaixo, algumas opções utilizadas na prática dermatológica:

Medicamentos tópicos

5-Fluoracil (5-FU): tratamento tópico mais utilizado para a ceratose actínica, é eficaz também em lesões subclínicas (ainda não evidentes). Geralmente, as lesões ficam inflamadas durante seu uso, mas, normalmente, se curam em 2 a 4 semanas. Raramente deixa cicatrizes.
Imiquimod em creme: age estimulando o sistema imune para produzir interferon, um agente químico que destrói além das lesões pré-cancerosas, alguns cânceres de pele superficiais. Apesar de ser bem tolerado, algumas pessoas podem apresentar vermelhidão, ulcerações e dor durante o tratamento. Tende a cicatrizar de forma espontânea, ou eventualmente com auxílio de outros medicamentos.
Ingenol-mebutato em gel: mais recente dos tratamentos tópicos liberados no Brasil, é uma outra opção terapêutica que tem efeito citotóxico sobre as células neoplásicas. Tem a vantagem de serem necessárias poucas aplicações (2 a 3 dias de uso). Porém, assim como os supracitados, pode apresentar efeitos adversos locais.
Diclofenaco com ácido hialurônico em gel: outra opção terapêutica, porém sem apresentação comercial no Brasil. É uma alternativa para as pessoas que são hipersensíveis aos tratamentos tópicos mais destrutivos. Geralmente, o tratamento tende a ser mais prolongado e com menos eficácia.

PROCEDIMENTOS
Criocirurgia

Aplica-se nitrogênio líquido com um dispositivo spray congelando as lesões (196°C negativos). Este método não necessita de anestesia e é bem tolerado. As lesões viram crostas e caem após alguns dias. Podem ocorrer vermelhidão e inchaço local após o tratamento. Alguns pacientes podem desenvolver uma mancha branca permanente no local.

Peeling Químico

Aplica-se um ácido sobre a pele, por exemplo, tricloroacético (ATA). As camadas superiores se desprendem e, em geral, se regeneram em sete dias. A técnica pode causar irritação temporária. É aplicado pelo médico em consultório e pode ser feito também pontualmente nas lesões.

Laser

Penetra e cauteriza o tecido, sem provocar sangramento. Utilizado mais frequentemente para lesões em áreas pequenas ou restritas, mas pode necessitar de anestesia local ou ocorrer perda de pigmentação definitiva.

Terapia fotodinâmica (PDT)
Consiste na aplicação de um creme nas áreas afetadas, ácido aminolevulínico (ALA) ou metil-aminolevulínico (MAL), e ativação do medicamento com luz. Essa luz pode ser emitida por lâmpadas de LED de determinadas cores, ou mesmo ser a própria luz solar. O tratamento destrói as ceratoses actínicas seletivamente, causando pouco dano ao tecido normal, embora seja comum a ocorrência de dor, edema ou vermelhidão local durante o tratamento. Geralmente utilizada em áreas mais extensas, pode ser útil para tratar múltiplas lesões. Atenção: Os tratamentos mencionados são de caráter informativo. Não se deve partir para a automedicação. Todas terapêuticas estão sujeitas a efeitos adversos. Somente um médico poderá confirmar o diagnóstico e escolher a terapia adequada.

Prevenção
A proteção solar é a melhor estratégia para evitar a ceratose actínica. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda as seguintes medidas:

Evitar a exposição solar e permanecer na sombra entre 10 e 15h (considerando o horário de verão quando necessário).
Combinar medidas de fotoproteção como usar chapéus, camisetas, protetores solares e ficar à sombra.
Utilizar um filtro solar que proteja contra radiação UVA e UVB e tenha um fator de proteção solar (FPS) 30, no mínimo. Reaplicar o produto a cada 2 horas ou após longos períodos de imersão na água. Ao utilizar o produto no dia a dia, aplicar uma boa quantidade pela manhã, pelo menos 15 minutos antes de sair e reaplicar durante o dia.
Observar regularmente a própria pele, à procura de lesões suspeitas.
Consultar um dermatologista uma vez ao ano para um exame completo, principalmente se tiver pele clara, história de exposição solar e história pessoal ou familiar de câncer de pele.

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/queratose-actinica/19/

 

O que é?

Condiloma é uma infecção causada pelo vírus HPV (papilomavírus humano). Atualmente são conhecidos mais de 100 tipos, sendo que 20 deles podem causar lesões na área genital. Alguns têm relação com o desenvolvimento do câncer nas genitálias, no colo do útero e região anal. São também conhecidos como verrugas genitais, verrugas venéreas, cavalo de crista e crista de galo. Alguns pacientes podem estar infectados, ao mesmo tempo, com vários tipos de HPV.

 

Sintomas

As lesões de pele, em geral, lembram verrugas e podem aparecer em número (únicas ou múltiplas) e tamanho variáveis. Essas lesões localizam-se, geralmente, na extremidade do pênis (glande, sulco bálano – prepucial), mas também podem comprometer o púbis e o corpo do pênis e a região perianal nos homens. 0 período de incubação é, em média, de três meses, podendo ser de um a 20 meses. Já na mulher, as lesões frequentemente surgem na vulva, períneo, região perianal, vagina e colo. Com menor frequência, as lesões podem surgir em áreas extragenitais como mucosas do nariz e da boca, laringe e conjuntivas. Dependendo do tamanho das lesões e de onde se localizam, podem causar dor e/ou prurido (coceira). O diagnóstico do condiloma é basicamente clínico, podendo ser realizada biópsia da lesão em alguns pacientes, quando há indicação médica.

Tratamentos

O objetivo principal do tratamento da infecção pelo HPV é a remoção das lesões condilomatosas, o que leva a cura a maioria dos pacientes. Se deixadas sem tratamento, as verrugas podem desaparecer, permanecer inalteradas, ou aumentarem em tamanho ou número. Os tratamentos disponíveis para são: ácido tricloroacético (ATA), crioterapia, eletrocoagulação, podofilina, imiquimod, interferon, vaporização a laser e retirada cirúrgica. A escolha do tratamento deve ser indicada pelo médico ao paciente. Ela costuma depender principalmente do tamanho, número e local das verrugas.

Na mulher gestante, as verrugas poderão atingir grandes proporções, em virtude do aumento, pelos vasos sanguíneos, da nutrição nas áreas genitais, devido a alterações hormonais e imunológicas que ocorrem nesse período. Como as lesões de condiloma podem proliferar e se fragmentar facilmente, muitos especialistas optam por sua remoção, se possível, na primeira metade da gestação.

A cancerização, mais comum nas mulheres, ocorre mais no colo do útero. Nos pacientes com deficiência imunológica, pode haver resposta insatisfatória ao tratamento, além do aparecimento de lesões na laringe (papiloma), que também pode ocorrer em lactentes, por contaminação no canal de parto.

Prevenção

Os pacientes com verrugas genitais devem evitar contato sexual durante o tratamento, e seus parceiros devem ser orientados a buscar exame clínico para avaliação da presença de condilomas não suspeitados, ou de outras doenças de transmissão sexual (DST). Após o desaparecimento das verrugas, os pacientes precisam saber das possibilidades de recorrência (aparecimento de novas verrugas), o que pode ocorrer, frequentemente, nos três primeiros meses após o desaparecimento dos condilomas tratados. As mulheres devem ter conhecimento da necessidade de manterem o acompanhamento de um ginecologista, em virtude da associação de alguns tipos de HPV a casos de câncer.

O desenvolvimento de vacinas para alguns tipos de HPV trouxe um recurso importante na prevenção contra o câncer de colo de útero e vulva, com aplicação, atualmente, inclusive em meninos. Estudos mostram que a vacinação em garotos, contribui para a diminuição desse tipo de câncer, pois possibilita a diminuição da circulação do vírus na população, trazendo beneficio também para as mulheres.

O esquema recomendado pelo Ministério da Saúde, para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 12 a 13 anos, é de duas doses da vacina com intervalo de seis meses. A vacina já está disponibilizada nas unidades básicas de saúde do país.

Importante: o uso de preservativos deve ser estimulado por ser o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão não só do condiloma, mas do HIV e de outras DST.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/condiloma/36/

 

O que é?

Sarna ou escabiose é uma parasitose humana causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei variedade hominis. O contágio se dá somente entre humanos, por contato direto com pessoa ou roupas e outros objetos contaminados. O contato deve ser prolongado para que ocorra a contaminação.

A fecundação do ácaro ocorre na superfície da pele. Logo após o macho morrer, a fêmea penetra na pele humana, cavando um túnel, por um período aproximado de 30 dias. Depois, deposita seus ovos. Quando eles eclodem, liberam as larvas que retornam à superfície da pele para completar seu ciclo evolutivo. Este processo de maturação é de 21 dias. Importante: animais como gato e cachorro não transmitem a sarna humana.

 

Sintomas

As manifestações clínicas são decorrentes da ação direta do ácaro, quando este se movimenta nos túneis. E, também, em grande parte pela hipersensibilidade desenvolvida pelo paciente contaminado. O principal sintoma da escabiose é a coceira ou prurido, que é sentido principalmente à noite. As principais lesões na pele são os túneis e, nas suas extremidades, pequenas vesículas. Estas lesões aparecem principalmente entre os dedos das mãos, nas axilas, na parte do punho que segue a palma da mão, auréolas e genitais. A cabeça sempre é poupada. Escoriações na pele são frequentes, por causa da coceira intensa.

O diagnóstico é geralmente clínico, pelo achado dos túneis e pelas áreas características do aparecimento das lesões de escabiose. Pacientes idosos, ou já tratados com corticoides, podem ser difíceis de ser diagnosticados. Neste caso é preciso fazer uma pesquisa do parasita na pele, coletando o material nas lesões dos sulcos.

Tratamentos

O tratamento consiste em usar medicamentos tópicos em todo o tegumento (pele, pelos e cabelo) ou uso de medicamentos orais. A escolha vai depender das características da doença em cada paciente e também das suas condições gerais de saúde. Portanto, o tratamento é individualizado pelo médico para cada paciente.

Prevenção

A prevenção consiste, basicamente, em evitar contato com pessoas e roupas contaminadas. Uma vez detectado um paciente com escabiose, todos que com ele tenham contato direto devem ser examinados e tratados. Caso estejam infectados, devem também ser tratados. Desta forma, é interrompida a cadeia de transmissão da parasitose.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/escabiose-ou-sarna/5/

O que é?

É uma condição que provoca suor excessivo, na qual os pacientes podem transpirar muito até mesmo em repouso. A sudorese é uma condição normal do nosso corpo e ajuda a manter a temperatura. É normal suar quando se está calor, durante a prática de atividades físicas ou em certas situações específicas, como momentos de raiva, nervosismo ou medo. Porém, a sudorese excessiva ocorre mesmo sem a presença de qualquer desses fatores. Isso porque as glândulas sudoríparas dos pacientes são hiperfuncionantes. A hiperidrose pode decorrer de diferentes causas, como fatores emocionais, hereditários ou doenças. Diferentes regiões do corpo podem ser acometidas: axilas, palmas das mãos, rosto, cabeça, plantas dos pés e virilha. Quando há transpiração extrema, esta pode ser embaraçosa, desconfortável, indutora de ansiedade e se tornar incapacitante. Pode perturbar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem.

Sintomas

O principal sintoma da hiperidrose é o suor excessivo, seja em todo o corpo ou em áreas localizadas, como axilas, mãos, pés ou rosto. Há dois tipos de hiperidrose, primária focal e secundária generalizada:

Hiperidrose primária focal: aparece na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem ou em repouso. Normalmente, há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema. Ela afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.

Hiperidrose secundária generalizada: causada por uma condição médica ou pelo efeito colateral de uma medicação. Ao contrário da focal primária, as pessoas com a secundária suam em todas as áreas do corpo ou em regiões incomuns. Outra diferença fundamental entre os dois tipos é que no caso da secundária, as pessoas podem transpirar excessivamente também durante o sono. Ela costuma surgir na fase adulta. Há dois testes para se descobrir a área específica da hiperidrose: o teste de amidoiodo, que consiste em aplicar uma solução de iodo na área suada e, após a secagem, o amido é aspergido sobre a zona. A combinação do amido e do iodo com o suor na região resulta na cor azul escura. O outro método é o do papel de teste: um papel especial é colocado sobre a área afetada para absorver o suor e, depois, é pesado. Quanto mais peso apresentar, mais suor se acumulou.

Tratamentos

É preciso determinar a causa da condição, diagnosticando alguma doença ou uso de medicação. No caso de hiperidrose primária, existem alguns tratamentos disponíveis como os que seguem:

Antitranspirantes: sudorese excessiva pode ser controlada com fortes antitranspirantes.
Medicamentos: drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, são pouco receitadas. Os efeitos colaterais incluem boca seca, tonturas e problemas com a micção. Os betabloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse.
Iontoforese: procedimento que usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula do suor e é mais eficaz para a transpiração das mãos e dos pés. As mãos e os pés são colocados em água e, em seguida, liga-se uma leve corrente elétrica. Esta é gradualmente aumentada até que o paciente sinta uma sensação de formigamento. A terapia dura entre 10 e 20 minutos, e requer várias sessões. Os efeitos colaterais, embora raros, incluem bolhas e rachaduras da pele.
Toxina botulínica tipo A: toxina botulínica purificada pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente a sudorese, sendo seu principal inconveniente a dor na aplicação.
Simpatectomia torácica endoscópica (STE): em casos graves, que não respondem aos tratamentos clínicos, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico executado por cirurgião tóraxico ou vascular. Este procedimento desliga o sinal que avisa ao corpo para suar excessivamente. Sua melhor indicação é para os casos nos quais as palmas das mãos ou plantas dos pés são acometidas. A principal complicação é começar a suar em outras áreas do corpo, o que chamamos de hiperidrose compensatória.
Curetagem e liposucção: em alguns casos de hiperidrose axilar pode ser feita uma “raspagem”, ou mesmo uma liposucção das glândulas sudoríparas e da gordura que está abaixo da pele da axila, aliviando, desta forma, a sudorese.

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/hiperidrose/11/

 

O que é?

Melasma é uma condição que se caracteriza pelo surgimento de manchas escuras na pele, mais comumente na face, mas também pode ser de ocorrência extrafacial, com acometimento dos braços, pescoço e colo. Afeta mais frequentemente as mulheres, podendo ser vista também em homens. Não há uma causa definida, mas muitas vezes esta condição está relacionada ao uso de anticoncepcionais femininos, à gravidez e, principalmente, à exposição solar. O fator desencadeante é a exposição à luz ultravioleta e, até mesmo, à luz visível. Além dos fatores hormonais e da exposição aos raios solares, a predisposição genética também influencia no surgimento desta condição.

Sintomas

Manchas escuras ou acastanhadas começam a aparecer na face, principalmente nas maçãs do rosto, testa, nariz e lábio superior (o chamado buço). Pode ocorrer também o melasma extrafacial, com aparecimento das manchas escuras nos braços, pescoço e colo. As manchas têm formatos irregulares e bem definidos, sendo geralmente simétricas (iguais nos dois lados). Muitas vezes, as pessoas com melasma podem agravar a condição com um tratamento ou procedimento inadequado, ocorrendo piora importante das manchas.

 

Tratamentos

O dermatologista é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar esta condição. Os tratamentos variam, mas sempre compreendem orientações de proteção contra raios ultravioleta e à luz visível, que deve ser redobrada quando se inicia o tratamento. As terapias disponíveis são o uso de medicamentos tópicos e procedimentos para o clareamento. Dentre os procedimentos mais realizados estão os peelings e aplicações de luzes ou lasers. É importante salientar, entretanto, que o tratamento do melasma sempre prevê um conjunto de medidas para clarear, estabilizar e impedir que o pigmento volte. A seguir alguns dos procedimentos indicados:

Fotoproteção

O ponto de partida para que o tratamento tenha efeito é a proteção contra os raios solares. As pessoas acometidas por melasma devem aplicar um filtro solar potente, físico e químico, com FPS alto nas regiões afetadas. Em especial, procurar por filtros que tenham proteções contra os raios ultravioleta A (UVA) e ultravioleta B (UVB). O conceito atual do tratamento de melasma considera que o uso de filtros ajuda a estabilizar os benefícios obtidos com o conjunto de medidas descritas aqui.

Cremes

Para ajudar na remoção das manchas, os mais usados são à base de hidroquinona, ácido glicólico, ácido retinóico e ácido azeláico. Os resultados demoram cerca de dois meses para começarem a aparecer. Não é um método que funciona com todos os pacientes. Mesmo com resultados rápidos, o tempo necessário para estabilizar a condição e impedir que mínimas exposições façam retornar o pigmento pode ser de muitos meses ou anos. Assim, o conceito principal é que pacientes com esta condição necessitam tratamento e fotoproteção constante. Outros ativos muito utilizados para o tratamento do melasma são: arbutin, ácido kójico, ácido fítico, ácido tranexâmico e ácido dióico.

PEELINGS

Pode clarear a pele de forma gradual e até mais rapidamente do que os cremes. Existem diversos tipos de peelings, alguns mais superficiais (e mais seguros) e outros que atingem camadas mais profundas da pele. O dermatologista pode auxiliar na escolha do método mais adequado para cada caso.

Laser e Luz Intensa Pulsada

Há algumas formas de energia luminosa que podem ajudar no conjunto de medidas para clarear o melasma. Esta modalidade de tratamento deve ser feita com cuidado para não gerar mais pigmentação, motivo pelo qual deve ser realizada por um profissional habituado às fontes de energia luminosa, como o dermatologista.

Prevenção

A maior prevenção para o melasma é a proteção solar. As medidas de proteção devem ser realizadas diariamente, mesmo que o dia esteja nublado ou chuvoso. Como o melasma pigmenta também com a luz visível, os filtros solares comuns não protegem totalmente as pessoas com melasma. Por isso, devem-se associar à fotoproteção filtros físicos, que protegem da luz visível. Outra medida importante é a reaplicação do filtro solar, para manter a proteção adequada durante todo o dia. As pessoas com melasma devem também utilizar roupas, chapéus, bonés, óculos escuros, sombrinhas e guarda-sóis. Toda a medida que evite a exposição solar da região acometida deve ser estimulada.

 

Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/melasma/13/

 

O que é?

Micoses são infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas e os cabelos. São particularmente frequentes nos trópicos, onde existem condições ideais de calor e umidade, necessárias para o desenvolvimento dos fungos. São exemplos de micoses superficiais a pitiríase vesicolor, as tineas, a candidíase e as onicomicoses.

1) Pitiríase Versicolor Doença muito comum, especialmente entre jovens, de evolução crônica e recorrente. Indivíduos de pele oleosa são mais susceptíveis a apresentar esse tipo de micose, também conhecida como micose de praia ou pano branco, e que é causada por fungos do gênero Malassezia.

1.1) Tineas (tinhas) Doenças causadas por um grupo de fungos que vive às custas da queratina da pele, pelos e unhas. Estes fungos podem ser zoofílicos (encontrados em animais), geofílicos (encontrados no solo) e antropofílicos (encontrados nos homens).

1.2) Candidíase Infecção pela cândida pode comprometer isoladamente ou conjuntamente a pele, mucosas e unhas. É um fungo oportunista, assim, existem situações que favorecem seu desenvolvimento, como baixa da imunidade, uso prolongado de antibióticos, diabetes e situação de umidade e calor.

2) Onicomicoses Principal causa de alteração ungueal vista no consultório. Acomete tanto as unhas dos pés quanto as das mãos. São raras na infância com predomínio no adulto maior de 55 anos. Geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Sintomas

Pitiríase versicolor: apresenta-se clinicamente como manchas brancas, descamativas, que podem estar agrupadas ou isoladas. Normalmente surgem na parte superior dos braços, tronco, pescoço e rosto. Ocasionalmente, podem se apresentar como manchas escuras ou avermelhadas, daí o nome versicolor.

Tineas (tinhas): manifestam-se como manchas vermelhas de superfície escamosa, crescem de dentro para fora, com bordas bem delimitadas, apresentando pequenas bolhas e crostas. O principal sintoma é coceira.

Candidíase: pode se manifestar de diversas formas, como placas esbranquiçadas na mucosa oral, comum em recém-nascidos (“sapinho”); lesões fissuradas no canto da boca (queilite angular) mais comum no idoso; placas vermelhas e fissuras localizadas nas dobras naturais (inframamária, axilar e inguinal), ou envolver a região genital feminina (vaginite) ou masculina (balanite), provocando coceira, manchas vermelhas e secreção vaginal esbranquiçada.

Onicomicoses: geralmente a unha se descola do leito e se torna mais espessa. Pode também haver mudança na coloração e na forma.

Tratamentos

Pitiríase versicolor: o tratamento pode ser feito com medicamentos antifúngicos tópicos ou orais.
Tineas: no tratamento das tineas podem ser utilizados antifúngicos locais ou orais.
Candidiase: no tratamento da candidíase, deve-se sempre considerar os fatores predisponentes, tentando corrigi-los. Antifúngicos tópicos e sistêmicos devem ser empregados sob orientação médica.
Onicomicose: o tratamento é difícil e muito prolongado. Pode feito com medicamentos locais ou orais.
Atenção: na suspeita de micose deve-se procurar auxílio médico. Os médicos dermatologistas possuem treinamento especializado e atualizado para diagnosticar e tratar as micoses.

Prevenção

Hábitos higiênicos são importantes na prevenção das micoses. Usar somente o próprio material ao ir à manicure. Secar-se sempre muito bem após o banho, principalmente nas dobras, como as axilas, as virilhas e os dedos dos pés. Evitar o contato prolongado com água e sabão. Evitar andar descalço em locais que sempre estão úmidos, como vestiários, saunas e lava-pés de piscinas. Não ficar com roupas molhadas por muito tempo. Não compartilhar toalhas, roupas, escovas de cabelo e bonés, pois esses objetos podem transmitir doenças. Não usar calçados fechados por longos períodos e optar pelos mais largos e ventilados. Evitar roupas muito quentes e justas e aquelas feitas em tecidos sintéticos, pois não absorvem o suor, prejudicando a transpiração da pele.

Fonte:
https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/micose/14/

O que é?

Doença da pele relativamente comum, crônica e não contagiosa. É cíclica, ou seja, apresenta sintomas que desaparecem e reaparecem periodicamente. Sua causa é desconhecida, mas se sabe que pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. Acredita-se que ela se desenvolve quando os linfócitos T (células responsáveis pela defesa do organismo) liberam substâncias inflamatórias e formadoras de vasos. Iniciam-se, então, respostas imunológicas que incluem dilatação dos vasos sanguíneos da pele e infiltração da pele com células de defesa chamadas neutrófilos, como as células da pele estão sendo atacadas, sua produção também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com consequente grande produção de escamas devido à imaturidade das células. Esse ciclo faz com que ambas as células mortas não consigam ser eliminadas eficientemente, formando manchas espessas e escamosas na pele. Normalmente, essa cadeia só é quebrada com tratamento. É importante ressaltar: a doença não é contagiosa e o contato com pacientes não precisa ser evitado. É frequente a associação de psoríase e artrite psoriática, doenças cardiometabólicas, doenças gastrointestinais, diversos tipos de cânceres e distúrbios do humor. A patogênese das comorbidades em pacientes com psoríase permanece desconhecida. Entretanto, há hipóteses de que vias inflamatórias comuns, mediadores celulares e susceptibilidade genética estão implicados.

 

Sintomas

Variam de paciente para paciente, conforme o tipo da doença, mas podem incluir:

Manchas vermelhas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas;
Pequenas manchas brancas ou escuras residuais pós lesões;
Pele ressecada e rachada; às vezes, com sangramento;
Coceira, queimação e dor;
Unhas grossas, sulcadas, descoladas e com depressões puntiformes;
Inchaço e rigidez nas articulações.
Em casos de psoríase moderada pode haver apenas um desconforto por causa dos sintomas; mas, nos casos mais graves, pode ser dolorosa e provocar alterações que impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima do paciente. Assim, o ideal é procurar tratamento o quanto antes.

Além disso, alguns fatores podem aumentar as chances de uma pessoa adquirir a doença ou piorar o quadro clínico já existente, dentre eles:

Histórico familiar – entre 30% e 40% dos pacientes de psoríase têm histórico familiar da doença.
Estresse – pessoas com altos níveis de estresse possuem sistema imunológico debilitado.
Obesidade – excesso de peso pode aumentar o risco de desenvolver um tipo de psoríase, a invertida, mais comum em indivíduos negros e HIV positivos.
Tempo frio – pois a pele fica mais ressecada; a psoríase tende a melhorar com a exposição solar.
Consumo de bebidas alcoólicas.
Tabagismo: o cigarro não só aumenta as chances de desenvolver a doença, como também a gravidade da mesma quando se manifesta.
Há vários tipos de psoríase, e o dermatologista poderá identificar a doença, classificá-la e indicar a melhor opção terapêutica. Dependendo do tipo de psoríase e do estado do paciente, os ciclos de psoríase duram de algumas semanas a meses.

Tipos de psoríase

–Psoríase em placas ou vulgar: manifestação mais comum da doença. Forma placas secas, avermelhadas com escamas prateadas ou esbranquiçadas. Essas placas coçam e, algumas vezes, doem, podendo atingir todas as partes do corpo, inclusive genitais. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar.

–Psoríase ungueal: afeta as unhas das mãos e dos pés. Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse, escame, mude de cor e até se deforme. Em alguns casos, a unha chega a descolar do leito ungueal.

–Psoríase do couro cabeludo: surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. O paciente pode perceber os flocos de pele morta em seus cabelos ou em seus ombros, especialmente depois de coçar o couro cabeludo. Assemelha-se à caspa.

–Psoríase gutata: geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, como as de garganta. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo. As feridas são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos.

–Psoríase invertida: atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais. São manchas inflamadas e vermelhas. O quadro pode agravar em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região.

–Psoríase pustulosa: nesta forma de psoríase, podem ocorrer manchas, bolhas ou pústulas (pequena bolha que parece conter pus) em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (chamada de psoríase palmoplantar). Geralmente, se desenvolve rápido, com bolhas de pus que aparecem poucas horas depois de a pele tornar-se vermelha. As bolhas secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga.

–Psoríase eritodérmica: é o tipo menos comum. Acomete todo o corpo com manchas vermelhas que podem coçar ou arder intensamente, levando a manifestações sistêmicas. Ela pode ser desencadeada por queimaduras graves, tratamentos intempestivos (como uso ou retirada abrupta de corticosteróides), infecções ou por outro tipo de psoríase mal-controlada.

–Psoríase artropática: além da inflamação na pele e da descamação, a artrite psoriática, como também é conhecida, causa fortes dores nas articulações. Afeta mais comumente as articulações dos dedos dos pés e mãos, coluna e juntas dos quadris e pode causar rigidez progressiva e até deformidades permanentes. Também pode estar associada a qualquer forma clínica da psoríase.

Tratamentos

Cada tipo e gravidade de psoríase podem responder melhor a um tipo diferente de tratamento (ou a uma combinação de terapias). O que funciona bem para uma pessoa não necessariamente funcionará para outra, dessa forma, o tratamento da psoríase é individualizado.

Hoje, com as diversas opções terapêuticas disponíveis, já é possível viver com uma pele sem ou quase sem lesões, independentemente da gravidade da psoríase.
O tratamento é essencial para manter uma qualidade de vida satisfatória. Nos casos leves, hidratar a pele, aplicar medicamentos tópicos apenas na região das lesões e exposição diária ao sol, nos horários e tempo adequados e seguros, são suficientes para melhorar o quadro clínico e promover o desaparecimento dos sintomas.

Nos casos moderados, quando apenas as medidas acima não melhorarem os sintomas, o tratamento com exposição à luz ultravioleta A (PUVA) ou ultravioleta B (banda estreita) em cabines faz-se necessário. Essa modalidade terapêutica utiliza combinação de medicamentos que aumentam a sensibilidade da pele à luz, os psoralenos (P), com a luz ultravioleta A (UVA), geralmente em uma câmara emissora da luz. A sessão da Puvaterapia demora poucos minutos e a dose de UVA é aumentada gradualmente, dependendo do tipo de pele e da resposta individual de cada paciente à terapia. O tratamento também pode ser feito com UVB de banda estreita, com menores efeitos adversos, podendo, inclusive, ser indicado para gestantes. Já em casos graves, é necessário iniciar tratamentos com medicação via oral ou injetável.

Tipos de tratamento mais comuns:

• Tratamento tópico: medicamentos em cremes e pomadas, aplicados diretamente na pele. Podem ser usados em conjunto com outras terapias ou isoladamente, em casos de psoríase leve.
• Tratamentos sistêmicos: medicamentos em comprimidos ou injeções, geralmente indicados para pacientes com psoríase de moderada a grave e/ou com artrite psoriásica.
• Tratamentos biológicos: medicamentos injetáveis, indicados para o tratamento de pacientes com psoríase moderada a grave. Existem diversas classes de tratamentos biológicos para psoríase já aprovadas no Brasil: os chamados anti-TNFs (como adalimumabe, etanercepte e infliximabe), anti-interleucina 12 e 23 (ustequinumabe) ou anti-interleucina 17 (secuquinumabe).
• Fototerapia: consiste na exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica. O tratamento precisa ser feito por profissionais especializados.

A psoríase pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na autoestima do paciente, o que pode piorar o quadro. Assim, o acompanhamento psicológico é indicado em alguns casos. Outros fatores que impulsionam a melhora e até o desaparecimento dos sintomas são uma alimentação balanceada e a prática de atividade física. O paciente nunca deve interromper o tratamento prescrito sem autorização do médico. Esta atitude pode piorar a psoríase e agravar a situação.

 

Prevenção

Um estilo de vida saudável pode ajudar na diminuição da progressão ou melhora da psoríase, mas pessoas que possuem histórico familiar da doença devem ter atenção redobrada a possíveis sintomas. É importante estar atento aos sinais. Caso perceber qualquer um dos sintomas, procurar o dermatologista imediatamente. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais fácil será o tratamento.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/psoriase/18/

 

O que é?

É uma doença vascular inflamatória crônica, com remissões e exarcebações, também chamada erroneamente de “acne rosácea”, pois a acne é uma doença da glândula sebácea, totalmente diferente da rosácea, seja pela a causa ou idade, ou pelos aspectos clínicos e as características no geral. A rosácea ocorre em 1,5% a 10% das populações estudadas. Ocorre principalmente em adultos entre 30 e 50 anos de idade. É mais frequente em mulheres, porém atinge muitos homens e, neles, o quadro tende a ser mais grave, evoluindo continuamente com rinofima (aumento gradual do nariz por espessamento e dilatação folículos). Raramente ocorre em negros.   A origem da rosácea ainda não é conhecida. Há uma predisposição individual (mais comum em brancos e descendentes de europeus) que pode ser familiar (30% dos casos têm uma história familiar positiva), evidenciando uma possível base genética. Há forte influência de fatores psicológicos (estresse). Hoje, considera-se importante a participação de um ácaro da flora normal da pele chamado de Demodex folliculorum, e da bactéria Bacillus oleronius, que colonizam esse fungo.   A presença de eritemas e telangiectasias na região central da face, acompanhadas de pápulas e pústulas, geralmente não oferece dificuldade no diagnóstico da rosácea. O paciente pode fazer um diário das pioras (e das remissões) relacionando isso às suas atividades, alimentação, estresse e outros fatores. Existem quatro tipos clássicos de rosácea:  

  • Eritemato-telangectasica – Subtipo1
  • Papulopustuloso – Subtipo2
  • Fimatoso (Rinofima) – Subtipo3
  • Ocular – Suptipo4: pode acompanhar qualquer um dos outros e vir sozinho também.
 
Sintomas

A rosácea é uma doença que afeta a pele principalmente da região centrofacial. Caracteriza-se por uma pele sensível, geralmente mais seca, que começa a ficar eritematosa (vermelha) facilmente e se irrita com ácidos e produtos dermatológicos, no geral. Aos poucos, a vermelhidão (eritema) tende a ficar permanente e aparecem vasos finos (telangiectasias), pápulas e pústulas que lembram a acne, podendo ocorrer edemas e nódulos. Fequentemente, surgem sintomas oculares, de olho seco e sensível à inflamação nas bordas palpebrais (blefarite). Na fase pré-rosácea, há eritema discreto na face, que se agrava com surtos de duração variável, surgindo espontaneamente ou pela ação de fatores citados. Aos poucos, os episódios podem se tornar frequentes e até permanentes.   Um sintoma pode ser mais proeminente que outro, variando muito de pessoa a pessoa. As lesões não necessariamente evoluem.  Sinais e sintomas típicos:  

  • Flushing facial – períodos de sensação abrupta de vermelhidão e calor na pele como se fosse um surto de vasodilatação.
  • Telangiectasias – dilatação de pequenos vasos permanentes.
  • Persistente eritema facial. Possível edema facial
  • Pápulo-pustulosas – podem ocorrer nódulos; as pápulas podem, eventualmente, quando numerosas, formar placas granulomatosas (rosácea lupoide);
  • Rinofima – espessamento irregular e lobulado da pele do nariz, dilatação folicular, levando ao aumento e deformação do nariz . Esses espessamentos podem ocorrer em outras áreas além do nariz, como na região frontal, malares (maçãs do rosto) e pavilhões auriculares.
  • Alterações oculares – ocorrem em 50% dos casos (irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite).

  A avaliação laboratorial no sangue periférico não proporciona subsídio no diagnóstico da doença. Eventualmente, a biópsia pode ser necessária para descartar outra patologia com quadro clínico semelhante, por meio do exame histopatológico que pode ser realizado em casos duvidosos. Os exames de sangue são importantes quando o tratamento incluir medicamentos sistêmicos (orais), para controle periódico do uso dos mesmos.   Relação da Rosácea com outras doenças Há uma relação frequente da rosácea com a dermatite seborreica. Ela também já foi associada à enxaqueca mais prevalente em pacientes com rosácea,assim como com distúrbios gastrointestinais e presença da bactéria Helicobacter pylori. Essa relação com a H. pylori não vem sendo confirmada pelos últimos estudos. Recentemente, surgiram relatos de maior associação da rosácea com distúrbios neurológicos, incluindo a doença de Parkinson. Todas essas associações não são totalmente confirmadas e aceitas.


Tratamentos

Não há cura para a rosácea, mas há tratamento e controle, com muitos avanços recentes. Tudo depende da fase clínica que o paciente está. Se apresentar mais o eritema periódico ou o persistente, se mais pápulas, nódulos ou rinofima (hipertrofia do nariz). Todos os agravantes ou desencadeantes devem ser afastados ou controlados, como bebidas alcoólicas, exposição solar, vento, frio e ingestão de alimentos quentes.   O tratamento se inicia com sabonetes adequados; protetor solar com elevada proteção contra UVA e UVB e com veículo adequado à pele do paciente; e uso de antimicrobianos tópicos (metronidazol) e antiparasitários (ivermectina). Depois dessa fase, pode ser preciso o uso de derivados de tetraciclina (doxiciclina e outros) orais. Em casos persistentes e recidivantes, se utiliza isotretinoina oral em dose baixa.   Existe um novo tratamento tópico para o eritema não persistente, periódico, que vem em surtos (flushing). O laser ou a luz pulsada são excelentes para tratamento das telangiectasias. Para o rinofima, a abordagem pode ser cirurgia, radiofrequência, dermoabrasão ou laser. O médico dermatologista avalia o grau, a fase e a pessoa como um todo para indicar o melhor tratamento. Muito importante a consulta e o acompanhamento também de oftalmologista.   A pele do paciente com rosácea é extremamente sensível a produtos químicos e físicos como sabões, higienizadores alcoólicos, adstringentes, abrasivos e peelings. Os agentes antimicrobianos apresentam-se efetivos no tratamento.  É importante enfatizar que o uso de filtros solares cotidianamente no rosto é fundamental para controle da doença e manutenção dos resultados, pois a radiação ultravioleta é um fator desencadeante e agravante. Outros fatores agravantes são bebidas alcoólicas, bebidas quentes ou condimentados, temperatura muito fria ou muito quente, medicamentos vasodilatadores e fatores emocionais.  


Prevenção

Importante avaliação do paciente como um todo, descobrir quando e como começou o problema, assim como fatores pessoais e familiares, psicológicos, alcoolismo, exposição à luz no trabalho ou lazer etc. Com o controle geral desses diversos fatores, pode se conseguir um monitoramento eficaz da rosácea.  

Orientações gerais

  • A doença é benigna, porém crônica com surtos e recidivas;
  • Ler folhetos explicativos e sites de confiança sobre a doença;
  • Fazer um diário/cartilha de observação de fatores agravantes;
  • Proteção solar é fundamental. Diária;
  • Evitar álcool e outros agravantes;
  • Usar maquiagem corretiva;
  • Cuidado com exercícios exagerados, sol, drogas vasodilatadoras, ácidos tópicos, uso de sabonetes agressivos com álcool ou acetona, esfoliações ou tratamentos agressivos de qualquer natureza;
  • Visitar periodicamente um dermatologista.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/rosacea/62/

 

O que são?

Pintas ou nevos melanocíticos são lesões planas ou elevadas, cuja coloração pode variar da cor da pele ao negro. Podem ser congênitos, quando presentes ao nascimento, ou adquiridos, quando surgem após o nascimento. Algumas pintas podem apresentar pelos.

Esses nevos podem ser pequenos, puntiformes ou até gigantes, atingindo grandes áreas do corpo.

A grande maioria dos nevos é benigna, porém alguns podem se transformar em câncer de pele. Portanto, é importante sempre examinar as pintas que aparecem pelo corpo. O conceito de que pintas de nascença são benignas nem sempre é verdadeiro, principalmente nos nevos gigantes.

Como se manifestam?
Geralmente, as pintas começam a aparecer na infância. Tendem a aumentar em quantidade até a meia idade, quando podem diminuir. Predisposição genética e exposição ao sol são os fatores que fazem com que algumas pessoas tenham mais pintas do que outras.

O número de pintas varia muito, mas maioria dos adultos brancos possui entre 10 a 40 pintas na pele. Porém, existem pessoas que tem até mais de 100 pintas, que precisam se submeter a exames mais frequentes com o dermatologista, por terem risco aumentado de melanoma.

O melanoma, tipo agressivo de câncer de pele, pode se parecer com uma pinta. Uma das formas de facilitar o diagnóstico precoce do melanoma é realizar mensalmente o autoexame da pele, seguindo a regra ABCDE para avaliar a aparência das pintas:

Assimetria: a metade da pinta não “casa” com a outra metade.
Bordas irregulares: as pintas são dentadas, chanfradas, com sulcos.
Cores: a coloração não é a mesma em toda a pinta, há diferentes tons de marrom, preto e, às vezes, azul, vermelho ou branco.
Diâmetro: a pinta é maior do que 5 mm (0,5 cm).
Evolução: mudanças da aparência ou crescimento rápido de uma pinta.
Na presença de uma ou mais dessas alterações, as lesões pigmentadas da pele passam a ser consideradas suspeitas de malignidade (câncer). Uma avaliação dermatológica é extremamente importante.

Tratamento

As pintas que forem “suspeitas”, ou seja, que têm potencial de ser um câncer de pele, devem ser removidas com uma pequena cirurgia realizada em consultório. Primeiramente é feita uma anestesia local e então, com um bisturi, o dermatologista retira a pinta e envia para exame anátomo-patológico. Em geral, permanece uma minúscula cicatriz no local.

Importante!

Observe constantemente sua pele. Caso identifique de pintas ou sinais novos ou que mudem de cor, formato ou tamanho, procure imediatamente um dermatologista. O autoexame não substitui a avaliação por um profissional em hipótese alguma.

 

FONTE: https://www.sbcd.org.br/cirurgia-dermatologica/o-que-e-cirurgia-dermatologica/para-sua-pele/nevos-e-pintas/

O que é?

A urticária é uma irritação cutânea caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, como vergões, que aparecem na pele e coçam muito. Essas lesões podem surgir em qualquer área do corpo, ser pequenas, isoladas ou se juntarem e formar grandes placas avermelhadas, com desenhos e formas variadas, sempre acompanhadas de coceira. Aparecem em surtos, podendo surgir em qualquer período do dia ou da noite, durando horas e desaparecendo sem deixarem marcas na pele. Embora seja mais comum em adultos jovens (entre 20 e 40 anos), a urticária crônica pode ocorrer em qualquer idade. Ao longo da vida, uma em cada cinco pessoas terá pelo menos um episódio de urticária.

 

Tipos de urticária

De acordo com o tempo de duração, a urticária pode ser:

Urticária aguda: quando os sinais e sintomas desaparecem em menos de seis semanas.
Urticária crônica: quando os sintomas duram por seis semanas ou mais.
De acordo com a causa, a urticária é classificada em:

Urticária induzida: quando um fator é identificado, como drogas, alimentos, infecções, estímulos físicos (calor, frio, sol, água, pressão).
Urticária espontânea: quando a doença ocorre sem uma causa identificada, também chamada de urticária idiopática.

Sintomas

O sintoma mais comum é a coceira (também chamada de prurido), mas as lesões podem provocar a sensação de ardor ou queimação. A coceira causada pela urticária costuma ser muito intensa e atrapalha a vida dos pacientes, prejudicando suas atividades em diversos aspectos, como o trabalho e o sono. Os sinais e os sintomas da urticária podem reaparecer a qualquer momento, durante horas, dias ou meses. Pode ocorrer inchaço rápido, intenso e localizado, que atinge normalmente pálpebras, lábios, língua e garganta. Este inchado é chamado de angioedema e, algumas vezes, dificulta a respiração, constituindo risco de vida. As lesões de angioedema podem durar mais de 24 horas. Também existe uma complicação chamada anafilaxia, na qual a reação envolve todo o corpo, causando náuseas, vômitos, queda da pressão arterial e edema de glote (garganta) com dificuldade para respirar. Esses casos são graves e precisam de atendimento de emergência. O diagnóstico da urticária e do angioedema são feitos principalmente pela história detalhada da doença e pelos sinais e sintomas que o paciente apresenta. Alguns exames laboratoriais, como os de sangue, de fezes e de urina, são solicitados para tentar identificar a causa da urticária ou encontrar doenças associadas. Quando a etiologia não é encontrada, o diagnóstico é de urticaria idiopática. A biópsia da pele pode ser realizada em casos de difícil controle ou para diferenciar de outras doenças da pele.

Tratamentos

O tratamento da urticária é considerado eficaz quando o paciente fica completamente livre dos sinais e sintomas da doença. Para isso, o primeiro passo é determinar o tipo de urticária (crônica ou aguda / espontânea ou induzida). No caso das agudas e induzidas, o ideal é afastar a causa quando possível. Além do tratamento específico, a dieta alimentar costuma ajudar na melhora mais rapidamente, evitando o reaparecimento das lesões durante o tratamento. Nos casos de urticaria crônica espontânea, aproximadamente 25%~33% dos pacientes não respondem ao tratamento com antialérgicos, mesmo em doses aumentadas. Nesses casos, são avaliadas outras opções de tratamento mais modernas já disponíveis no Brasil. O tratamento da urticária deve sempre ser indicado pelo médico dermatologista, após estudo detalhado de cada caso. A automedicação pode prejudicar, e muito, o tratamento e o controle da doença.

Prevenção

Mesmo sem se descobrir a causa, a urticária pode ser controlada em mais da metade dos casos entre seis meses até um ano. A melhor forma de evitá-la é a pessoa se afastar, quando possível, daquilo que lhe provoque alergia. Assim, o principal passo é descobrir quais são esses “gatilhos”. Também é indicado evitar calor, bebidas alcoólicas e estresse, pois são fatores que pioram a irritação. A dieta alimentar (sem corantes, conservantes, embutidos [frios, salsicha etc.], enlatados, peixe e frutos do mar, chocolate, ovo, refrigerantes e sucos artificiais) costuma ajudar a melhorar o problema mais rapidamente, evitando o reaparecimento das lesões durante o tratamento.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/urticaria/73/

 

 

O que é?

Verrugas são proliferações benignas da pele causadas pelo papilomavírus humano (HPV). A infecção ocorre nas camadas mais superficiais da pele ou mucosa, ativando o crescimento anormal das células da epiderme. A transmissão do HPV ocorre por contato direto com pessoas e/ou objetos infectados. Pequenas feridas são necessárias para a inoculação do HPV, motivo pelo qual as verrugas são mais comuns em áreas de traumas. É possível ocorrer autoinoculação por meio de pequenos ferimentos que servem de porta de entrada para o vírus, também há transmissão pelo contato sexual e pela via materno fetal no momento do parto. Pacientes com baixa imunidade são os mais vulneráveis ao aparecimento de verrugas. O pico de incidência ocorre entre 12 e 16 anos. Após o contato, pode demorar semanas a meses para as lesões aparecerem.

 

Sintomas

O aspecto da verruga varia de acordo com o local acometido. Costumam se apresentar sem sintomas. Porém, não é anormal que, ocasionalmente, haja sangramento ou dor. Frequentemente são vegetantes (aspecto de couve-flor), ásperas, da cor da pele, mas também podem ser planas, macias e escuras. As lesões clínicas decorrentes da infecção pelo HPV podem se apresentar de diferentes formas:

Verrugas vulgares: são os tipos mais comuns. Em geral, as lesões são pápulas irregulares, endurecidas e ásperas. Podem se apresentar como lesões isoladas ou agrupadas, em número variável. Encontram-se com frequência em áreas sujeitas a maior trauma, como mãos, dedos, cotovelos, joelhos e ao redor das unhas (verrugas periungueais).

Verrugas filiformes: apresentam-se como projeções finas e alongadas, em geral isoladas ou pouco numerosas. Comumente surgem na face, pescoço, pálpebras e lábios, e é alta a incidência em pessoas mais velhas.

Verrugas planas: apresentam-se como pequenas pápulas (“bolinhas”) acastanhadas ou amareladas, de no máximo 5 mm, cuja principal característica é apresentar uma superfície plana e lisa. Surgem com maior frequência na face e dorso das mãos de adolescentes.

Verrugas plantares: as verrugas localizadas nas plantas dos pés são muitas vezes confundidas com os calos. O peso que o corpo exerce sobre elas faz com que cresçam para dentro, o que provoca dor ao andar. A presença de um anel periférico espessado com pequenos pontos escuros no centro da lesão lembra a imagem de um “olho de peixe”, nome pelo qual são popularmente conhecidas.

Verrugas anogenitais: apresentam-se como lesões vegetantes, úmidas, isoladas ou agrupadas, que lembram o aspecto de couve-flor (condiloma acuminado). Podem acometer a mucosa genital feminina e masculina, uretra, vagina, colo do útero, região perianal ou mucosa oral. Existem diferentes subtipos virais envolvidos na infecção genital, estando bem estabelecida a relação entre a infecção genital por alguns subtipos de HPV considerados de alto risco e o câncer genital, principalmente o do colo do útero.

 

Tratamentos

As verrugas podem involuir espontaneamente, dentro de meses, ou persistir por anos. Crianças, geralmente, se curam sem necessidade de medicação, entretanto, por causa do risco de disseminação do vírus para outras pessoas e o surgimento de novas lesões no próprio indivíduo pela autocontaminação, seu tratamento é recomendado. Já nos adultos, as verrugas não costumam desaparecer sem tratamento. Existem diferentes modalidades terapêuticas que levam à destruição ou à remoção das lesões. São usados tanto medicamentos tópicos, quanto ácidos, por exemplo, até procedimentos cirúrgicos. Cada tipo de verruga exige um tratamento diferenciado.

As verrugas anogenitais são mais difíceis de serem tratadas, podendo ser necessária não só uma combinação de terapias como, em muitos casos, cirurgias para a retirada das lesões. Por causa do risco de provocar câncer, esse tipo deve ser tratado com muita atenção.

 

Prevenção

As vacinas contra o HPV estão indicadas para prevenção da infecção genital, reduzindo o risco de evolução para o câncer genital. É indicada para meninas, a partir dos 9 anos, e meninos, de 12 e 13 anos, por enquanto. Por ser uma vacina preventiva, deve ser aplicada preferencialmente antes do início da vida sexual e está disponível nos postos de saúde.

 

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/verrugas/20/e/14/

O que é?

O vitiligo é uma doença caracterizada pela perda da coloração da pele. As lesões formam-se devido à diminuição ou à ausência de melanócitos (células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele) nos locais afetados. As causas da doença ainda não estão claramente estabelecidas, mas fenômenos autoimunes parecem estar associados ao vitiligo. Além disso, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença.

A doença é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, ou seja, manchas brancas na pele com uma distribuição característica. O tamanho das manchas é variável. O vitiligo possui diversas opções terapêuticas, que variam conforme o quadro clínico de cada paciente. O dermatologista é o profissional mais indicado para realizar o diagnóstico e tratamento da doença.

Importante: o vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física.

Sintomas
A maioria dos pacientes de vitiligo não manifesta qualquer sintoma além do surgimento de manchas brancas na pele. Em alguns casos, relatam sentir sensibilidade e dor na área afetada. Entretanto, uma grande preocupação dos dermatologistas são os sintomas emocionais que os pacientes podem desenvolver em decorrência da doença.

Quando o vitiligo é detectado, o dermatologista pode classificá-lo por dois tipos:

Segmentar ou Unilateral: manifesta-se apenas em uma parte do corpo, normalmente quando o paciente ainda é jovem. Pelos e cabelos também podem perder a coloração.
Não segmentar ou Bilateral: é o tipo mais comum; manifesta-se nos dois lados do corpo, por exemplo, duas mãos, dois pés, dois joelhos. Em geral, as manchas surgem inicialmente em extremidades como mãos, pés, nariz e boca. Há ciclos de perda de cor e épocas em que a doença se desenvolve. Depois, há períodos de estagnação. Estes ciclos ocorrem durante toda a vida; a duração dos ciclos e as áreas despigmentadas tendem a se tornar maiores com o tempo.
O diagnóstico do vitiligo é essencialmente clínico, pois as manchas hipopigmentadas têm, geralmente, localização e distribuição características. A biópsia cutânea revela a ausência completa de melanócitos nas zonas afetadas, exceto nos bordos da lesão, e o exame com lâmpada de Wood pode ajudar na detecção da doença em pacientes de pele branca.

Análises sanguíneas deverão incluir um estudo imunológico que poderá revelar a presença de outras doenças autoimunes como hepatite autoimune e doença de Addison ou doenças da tireoide. O histórico familiar também é considerado, pois cerca de 30% dos pacientes têm algum parente com a doença.

É bom salientar que o diagnóstico deve ser feito por um dermatologista. Ele irá determinar o tipo de vitiligo do paciente, verificar se há alguma doença autoimune associada e indicar a terapêutica mais adequada.

Tratamentos
Atualmente, existem resultados excelentes nos tratamento da doença, o fato de não se poder falar em cura, não quer dizer que não haja várias opções terapêuticas. O paciente tem que acreditar e buscar ajuda médica.

O tratamento visa cessar o aumento das lesões (estabilização do quadro) e também a repigmentação da pele. Existem medicamentos que induzem à repigmentação das regiões afetadas como tacrolimus derivados de vitamina D e corticosteroides.

A fototerapia com radiação ultravioleta B banda estreita (UVB-nb) é indicada para quase todas as formas de vitiligo, com resultados excelentes, principalmente para lesões da face e tronco. Pode ser usada também a fototerapia com ultravioleta A (PUVA). Também se pode empregar tecnologias como o laser, bem como técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. Algumas novas medicações estão em fase de pesquisas e/ou estudos e devem surgir lançamentos em médio prazo. Muito cuidado com medicamentos ditos milagrosos, fórmulas ditas naturais e receitas dadas por leigos, pois podem levar à frustração e também a reações adversas graves.

O tratamento do vitiligo é individualizado e deve ser discutido com um dermatologista, conforme as características de cada paciente. Os resultados podem variar consideravelmente entre uma pessoa e outra. Por isso, somente um profissional qualificado pode indicar a melhor opção. É importante lembrar que a doença pode ter um excelente controle com a terapêutica adequada e repigmentação completa, sem nenhuma diferenciação de cor.

Prevenção
Pacientes devem evitar fatores que possam precipitar o aparecimento de novas lesões ou acentuar as já existentes, como usar roupas apertadas, ou que provoquem atrito ou pressão sobre a pele, e diminuir a exposição solar. Controlar o estresse é outra medida bem-vinda.

As lesões provocadas pela doença, não raro, impactam significativamente na qualidade de vida e na autoestima. Por isso, na maioria casos, recomenda-se o acompanhamento psicológico, que pode ter efeitos bastante positivos nos resultados do tratamento.

FONTE: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/vitiligo/21/