Dermatologia Pediátrica

A faixa etária pediátrica tem suas particularidades no que se refere à saúde da pele, cabelo e unhas. Os bebês e as crianças possuem a pele mais frágil e delicada, requerendo cuidados apropriados para cada idade. Além do tratamento das doenças, desde a infância é importante aprender e praticar a cultura de cuidados com a pele, que deve iniciar desde o nascimento e permanecer ao longo da vida.

O que é?
Alopecia areata é uma doença inflamatória que provoca a queda de cabelo. Diversos fatores estão envolvidos no seu desenvolvimento, como a genética e a participação autoimune. Os fios começam a cair resultando mais frequentemente em falhas circulares sem pelos ou cabelos. A extensão dessa perda varia, sendo que, em alguns casos, poucas regiões são afetadas. Em outros, a perda de cabelo pode ser maior. Há casos raros de alopecia areata total, nos quais o paciente perde todo o cabelo da cabeça; ou alopecia areata universal, na qual caem os pelos de todo o corpo. A alopecia areata não é contagiosa. Fatores emocionais, traumas físicos e quadros infecciosos podem desencadear ou agravar o quadro. A evolução da alopecia areata não é previsível. O cabelo sempre pode crescer novamente, mesmo que haja perda total. Isto ocorre porque a doença não destrói os folículos pilosos, apenas os mantêm inativos pela inflamação. Entretanto, novos surtos podem ocorrer. Cada caso é único. Estudos sugerem que cerca de 5% dos pacientes perdem todos os pelos do corpo.

Sintomas
A alopecia areata não possui nenhum outro sintoma além da perda brusca de cabelos, com áreas arredondadas, únicas ou múltiplas, sem demais alterações. A pele é lisa e brilhante e os pelos ao redor da placa saem facilmente se forem puxados. Os cabelos, quando renascem, podem ser brancos, adquirindo posteriormente sua coloração normal. A forma mais comum é uma placa única, arredondada, que ocorre geralmente no couro cabeludo e barba, conhecida popularmente como pelada. Outras doenças autoimunes podem acontecer em alguns pacientes, como vitiligo, problemas da tireoide e lúpus eritematoso, por exemplo. Portanto, muitas vezes se faz necessária a reavaliação de exames de sangue. O principal dano aos pacientes é mesmo o psicológico. A interferência na rotina diária nos casos mais extensos pode prejudicar a qualidade de vida.

Tratamentos
Diversos tratamentos estão disponíveis para a alopecia areata. Medicamentos tópicos como minoxidil, corticoides e antralina podem ser associados a tratamentos mais agressivos como sensibilizantes (difenciprona) ou metotrexate. Corticóides injetávies podem ser usados em áreas bem delimitadas do couro cabeludo ou do corpo. A opção deve ser realizada pelo dermatologista em conjunto com o paciente. Os tratamentos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Eles estimulam o folículo a produzir cabelo novamente, e precisam continuar até que a doença desapareça. Atenção: Evitar a “automedicação”. Somente um médico dermatologista pode prescrever a opção mais adequada.

Prevenção
Não há formas de prevenir a doença uma vez que suas causas são desconhecidas, mas há algumas dicas para que a pessoa se sinta melhor:

Procurar se informar sobre a doença. Conhecer mais sobre o problema ajuda a compreender a evolução da doença e reduzir a ansiedade.
Usar maquiagem para minimizar a aparência da perda do cabelo.
Investir em perucas, chapéus e lenços para proteger a cabeça. Além de serem estilosos, deixam o visual mais moderno.
Reduzir o estresse: as crises agudas de queda podem se associar a períodos críticos de estresse, tais como problemas no trabalho ou na família, mortes, cirurgias, acidentes etc.
Embora a doença não seja clinicamente grave, pode afetar o estado emocional. Os grupos de apoio estão disponíveis para ajudar a lidar com possíveis efeitos psicológicos.

Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/cabelo/doencas-e-problemas/alopecia-areata/22/

O que é?

Brotoeja é o nome popular da miliária, uma dermatite inflamatória causada pela obstrução mecânica à eliminação do suor pelas glândulas sudoríparas (écrinas) e que acaba impedindo a saída do suor do corpo. Ambientes quentes e úmidos, excesso de roupas e agasalhos, assim como febre alta favorecem o aparecimento dessas lesões. Em geral, elas surgem no tronco, pescoço, axilas e dobras de pele, sob a forma de pequenas bolhas de água (vesículas). A aparência dessas lesões varia de acordo com a profundidade na qual ocorreu o bloqueio no ducto excretor (glândula que passa pela derme, epiderme e termina nos poros da superfície da pele, expelindo o suor). No caso da miliária cristalina ou sudâmina, quando o bloqueio incide em um ponto mais superficial da epiderme, as bolhas podem ser pequenas, transparentes e sem sinal de inflamação. Quando ocorre em região intermediária, provoca as pápulas vermelhas e inflamadas – a forma mais comum, chamada de miliária rubra ou brotoeja. Se a obstrução se der na região mais profunda da epiderme, se trata da miliária profunda e, além de pequenas bolhas de água, surgem também pápulas vermelhas. Se houver pus, provavelmente estará ocorrendo uma infecção bacteriana secundária. Geralmente, nesses casos, ocorre a chamada periporite ou abscesso sudoríparo.

 

Sintomas

A brotoeja é mais comum em crianças e bebês, mas também pode acometer adultos. Entre os sintomas estão erupções, bolhas, manchas vermelhas, saliências, prurido (coceira) e queimação. Na miliária cristalina, que é assintomática, as vesículas são diminutas, como bolhas, e não inflamatórias. Elas aparecem de forma repentina, podendo atingir grandes áreas do corpo. Ocorrem, particularmente, em recém-nascidos, adultos e pessoas idosas, após condições que causem sudorese excessiva. Não apresenta outros sintomas. Quando a brotoeja é rubra, a erupção é mais profunda, inflamatória e causa prurido. Além de condições de hipersudorese, o uso de substâncias químicas (bronzeadores, óleos, alguns cremes gordurosos) também pode ser responsável por causar obstrução dos poros glandulares. As regiões mais propensas a apresentar essa dermatite são axilas, virilhas e áreas nas quais há fricção da pele. A obstrução recorrente dos ductos e a continuidade das lesões podem fazer com que se transformem em miliárias profundas.

 

Tratamentos

Na maioria das vezes, o problema desaparece sozinho, quando o calor e a umidade do ambiente diminuem, e o paciente permanece em ambientes frescos, ventilados ou com ar condicionado, com o objetivo de aliviar o desconforto e a melhora das lesões. O tratamento levará em conta as características das lesões, a parte do corpo na qual se instalaram e a idade do paciente. Em crianças pequenas, por exemplo, a ingestão exagerada de líquidos favorece a sudorese. Medidas a fim de refrescar a pele e evitar a transpiração anormal, e o uso de pasta d’água podem ser úteis nesses casos. Apesar desses pacientes apresentarem sudorese de grande monta, deve-se tomar cuidado com o uso excessivo de sabonetes que, ao ressecarem a pele, poderão causar obstrução dos poros. O uso de hidratantes associados a secativos pode ser indicado. É importante manter o ambiente fresco e ventilado, usar roupas leves e claras. O tratamento mais indicado neste caso é o tópico.

 

Prevenção

Evitar usar muita roupa, principalmente em dias quentes. Essa indicação é importantíssima no caso das crianças. Se houver propensão à brotoeja, evite atividades que provoquem o aumento da transpiração. Manter o ambiente fresco e arejado no verão, com a ajuda de aparelhos de ar-condicionado ou ventiladores, também é muito importante. Sempre que possível, usar roupas de algodão ou fibra natural, pois as feitas em tecido sintético costumam reter o calor e o suor.


Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/brotoeja/52/​

O que é?
É um dos tipos mais comuns de alergia cutânea caracterizada por eczema atópico. É uma doença genética, crônica e que apresenta pele seca, erupções que coçam e crostas. Seu surgimento é mais comum nas dobras dos braços e da parte de trás dos joelhos. Não é uma doença contagiosa. Podem-se tocar as lesões à vontade que não há nenhum risco de transmissão. A dermatite atópica pode também vir acompanhada de asma ou rinite alérgica, porém, com manifestação clínica variável. Alguns fatores de risco para o desenvolvimento de dermatite atópica podem incluir: alergia a pólen, a mofo, a ácaros ou a animais; contato com materiais ásperos; exposição a irritantes ambientais, fragrâncias ou corantes adicionados a loções ou sabonetes, detergentes e produtos de limpeza em geral; roupas de lã e de tecido sintético; baixa umidade do ar, frio intenso, calor e transpiração; infecções; estresse emocional e certos alimentos.

Sintomas
A característica principal da doença é uma pele muito seca com prurido importante que leva a ferimentos, além de outros sintomas, como, por exemplo: áreas esfoladas causadas por coceira, alterações na cor, vermelhidão ou inflamação da pele ao redor das bolhas, áreas espessas ou parecidas com couro, que podem surgir após irritação e coceira prolongadas. Geralmente, trata-se de um quadro inflamatório da pele que vai e volta, podendo haver intervalos de meses ou anos, entre uma crise e outra. O eczema pode provocar comichão intensa, e o ato de coçar a lesão pode deixá-la ainda mais irritada e pruriginosa. A coceira pode levar a lesões da pele pela unha, o que facilita a invasão e contaminação das feridas por bactérias, principalmente o Staphylococcus aureus. O quadro clínico da dermatite atópica muda conforme a fase da doença. Pode ser divido em três estágios: – Fase infantil (3 meses a 2 anos de idade). – Fase pré-puberal (2 a 12 anos de idade). – Fase adulta (a partir de 12 anos de idade).

Tratamentos
O objetivo do tratamento da dermatite atópica visa o controle da coceira, a redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências. Devido à pele ressecada, a base do tratamento é o uso de emolientes, também chamados de hidratantes. Isso porque a hidratação da pele é necessária para aliviar o eczema. Pacientes devem ser orientados a aplicar esses produtos várias vezes ao dia, ou quando a pele estiver muito seca. Outro fator importante é fortalecer a barreira da pele, evitando o contato com alérgenos ambientais, como poeira, pólen, sabonetes com perfume, produtos de limpeza doméstica e tabaco. Banhos quentes devem ser totalmente evitados. O ideal é tomar duchas frias ou mornas, pois a água quente resseca ainda mais a pele, que já é seca na dermatite atópica. Também se deve usar sabonetes especiais, sintéticos, antirressecamento, respeitando o pH da pele. O uso de anti-histamínicos por via oral pode ajudar com a coceira que acompanha essa doença. Alguns podem causar sonolência, mas ajudam a sedar o paciente e a diminuir a coceira durante o sono. O médico verificará se há opções de medicações que não proporcionem esse efeito colateral, se for do desejo do paciente. A maioria das causas do problema é tratada com medicamentos tópicos, que são colocados diretamente sobre a pele ou no couro cabeludo do paciente. Normalmente, é empregado um creme ou uma pomada de cortisona (ou esteroide). Esse medicamento deve ser de uso restrito, devido aos seus efeitos colaterais. Em algumas situações, é necessário cremes com diferentes concentrações de esteroide para diferentes áreas da pele. Como poupadores dos corticoides, podem ser empregados os derivados da calcineurina. A fototerapia, tratamento com raios ultravioleta, é bastante eficaz no controle do eczema. Porém, trata-se de uma terapia cara, que aumenta o risco de câncer de pele e provoca envelhecimento precoce, motivo pelo qual costuma ficar restrita apenas aos casos especiais e de difícil controle. Nos casos mais graves, os pacientes poderão precisar de medicações orais, incluindo corticoides, imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate orais, entre outros. Já em casos de complicações, como infecções secundárias, é indicado o uso de antibióticos. Esses pacientes especiais necessitam de atendimento com vários especialistas porque, geralmente, também apresentam associações com asma, rinite, sinusite e até pneumonias de repetição. Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. É preciso seguir à risca as orientações e jamais se automedicar. Também não se deve interromper o uso do medicamento sem consultar o médico antes e, tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita. O correto é sempre seguir as instruções na bula e do médico.

Prevenção
Fortalecer a barreira da pele e usar hidratantes específicos para pele muito seca.

Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-atopica/59/

Nos primeiros meses de vida a assadura é a lesão de pele mais comum entre as crianças. A pele do bebê é tomada por uma vermelhidão, o local fica levemente inchado e dolorido. A mamãe logo constata que a irritabilidade do pequeno tem uma explicação: assaduras! Bastante comum, a assadura ou dermatite de fralda, como é conhecida entre os médicos, causa um grande desconforto ao nenê e uma enorme preocupação aos papais que, na maioria das vezes, não sabem por que a inflamação aparece ou como acabar com ela. Conhecendo um pouco mais sobre o assunto, é possível preveni-la, tratá-la e, até mesmo, reconhecer quando uma visita ao médico se torna necessária. Trata-se de uma inflamação cutânea causada, principalmente, pela umidade e pelo contato prolongado com as substâncias presentes na urina e nas fezes.

Assadura
Nos primeiros meses de vida, período em que corresponde ao uso das fraldas, a assadura é a lesão de pele mais comum entre as crianças, atingindo cerca de 35% dos pequenos. “Trata-se de uma inflamação cutânea causada, principalmente, pela umidade e pelo contato prolongado com as substâncias presentes na urina e nas fezes”, explica a Dra. Jackeline Mota, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional do Estado de São Paulo. Não por coincidência, as áreas mais afetadas pela assadura são aquelas cobertas pela fralda, ou seja, a região genital, as nádegas, a porção baixa do abdome e a raiz da coxa. “O local fica fechado, a pele acaba ficando abafada e mais sensível. Por isso, se permanecer muito tempo em contato com a urina ou as fezes, o aparecimento da assadura será praticamente garantido”, afirma Mota. Essa inflamação também pode estar relacionada à alimentação, pois a introdução de novos alimentos na dieta pode fazer com que as fezes fiquem mais ácidas. O mais importante é evitar que a pele inflamada tenha contato com as substâncias irritantes.

Tratamento
Quando a assadura já existe, o mais importante é evitar que a pele inflamada tenha contato com as substâncias irritantes. “A troca precisa ser ainda mais frequente. O intervalo que era de 3h deve diminuir para apenas uma, pois a fralda precisa estar sempre seca e limpinha”, ensina a dermatologista. Ela ainda alerta que os lencinhos umedecidos devem ser evitados, pois contêm substâncias químicas que podem irritar ainda mais o local.

FONTE: https://www.sbd.org.br/noticias/assaduras-cuidado-com-as-dobrinhas/

O que é?
O hemangioma infantil, ou hemangioma da infância (HI), é o tumor benigno mais comum nessa faixa etária. As lesões podem raramente estar presentes ao nascimento, mas praticamente todos os hemangiomas estão visíveis ao final do primeiro mês de vida. Acomete mais meninas que meninos (proporção de 5:1), recém-nascidos prematuros e de baixo peso, e crianças cujas mães se submeteram a exames invasivos (biópsia de placenta, aspiração de líquido amniótico) durante a gravidez.

As lesões podem ser únicas ou múltiplas, e se localizam preferencialmente na face, couro cabeludo e no tronco. Hemangiomas superficiais apresentam uma coloração avermelhada e brilhante, semelhante à cor do morango ou da framboesa. Quando se localizam mais profundamente, apresentam uma tonalidade azulada ou violácea.

O HI apresenta uma evolução bem característica. Durante o primeiro ano de vida, especialmente nos quatro primeiros meses, observa-se um crescimento rápido da área e do volume. A partir de então, a lesão interrompe seu crescimento e começa uma lenta e longa involução. Portanto, todos os hemangiomas, de forma completa ou praticamente completa, desaparecem espontaneamente ao longo da vida. Esse fato faz com que, na maioria dos casos, o tratamento possa se limitar a apenas observar a evolução do HI, sem necessidade de medicamentos ou cirurgias.

Porém, pode haver complicações e a mais comum é a ulceração. Além de ser muito dolorosa, pode resultar em sangramentos e infecções secundárias. Os HI com maior risco de ulceração são aqueles localizados em áreas de atrito (área das fraldas, cotovelos, ombro e joelhos), nos lábios, e as lesões de grandes dimensões. Hemangiomas na área dos olhos podem comprometer a visão, especialmente os localizados na pálpebra superior. Lesões acometendo as metades direita e esquerda da face apresentam risco aumentado de hemangioma da laringe, o que pode levar à obstrução respiratória. Todos os pacientes que apresentam mais de cinco lesões de HI devem ser avaliados com exames de imagem (ultrassom, tomografria ou ressonância) para detectar a presença de hemangiomas em órgãos internos, especialmente o fígado. Lesões de grandes dimensões, quando não tratadas adequadamente, podem resultar em importante comprometimento estético. Hemangiomas de grandes dimensões e localizados na face podem se associar a alterações neurológicas, cardíacas e oculares (síndrome PHACES).

Sintomas
As lesões são assintomáticas, a não ser que ulcerem e apresentem dor.

Tratamentos
As lesões de pequenas dimensões e não ulceradas, aquelas que não apresentam risco de comprometimento estético e não prejudiquem o funcionamento de um órgão, podem ser simplesmente acompanhadas em intervalos regulares. A droga mais empregada atualmente para os casos que requerem tratamento são betabloqueadores orais (propranolol). Caso haja indicação de tratamento, o que é determinado pelo médico, ele deve ser iniciado o mais precocemente possível já que os hemangiomas atingem 80% do seu volume total nos primeiros quatro meses, e deve ser mantido durante todo o primeiro ano de vida. Outros métodos que podem ser utilizados incluem os betabloqueadores tópicos (colírios), lasers, corticoides orais e cirurgia.

Prevenção
Não há como prevenir.

Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/hemangioma/85/

O que é?
Também conhecido como molusco contagioso é uma infecção viral contagiosa relativamente comum nas crianças. São pequenas pápulas da cor da pele, com umbilicação central (depressão patológica em formato similar ao do umbigo) muitas vezes confundida com verrugas vulgares. É causado pelo poxvírus, um parente da varíola. O contato direto é a forma de contágio mais comum que existe para esse tipo de infecção. Mais comum de ocorrer em pessoas já com o sistema imunológico propício, e muitas vezes enfraquecido, como no caso de soropositivos, e em crianças, especialmente as que têm a pele seca, e alérgicas, como na dermatite atópica.

Sintomas
As lesões surgem nas áreas mais sensíveis com pequenas pápulas brilhosas da cor da pele, translúcidas e indolores, medindo, em média, 5 mm. Podem estar isoladas ou agrupadas, serem de variados tamanhos, e terem como característica principal a presença de umbilicação central. Nem sempre são numerosas e se localizam, preferencialmente, no tronco, podendo, contudo, ocorrer em qualquer parte da pele. Essas pápulas podem surgir em forma de linhas. São lesões autoinoculáveis, que surgem principalmente nas áreas de trauma, provavelmente de coçadura. Elas provocam o aparecimento de lesões lineares e recebem o nome de fenômeno de Koebner. A coceira, nem sempre frequente, mas presente, ou outra irritação, acaba levando o vírus a se espalhar para outras partes do corpo. Em adultos, é comum que essas lesões sejam observadas nos genitais, abdômen e parte interna das coxas, daí serem consideradas por alguns autores também como doença sexualmente transmissível.

Tratamentos
Em pessoas saudáveis e com produção normal de anticorpos, o molusco contagioso normalmente desaparece sozinho em meses ou anos sem que haja necessidade de tratamento. Porém, é comum que uma terapia seja indicada para todos os casos. O tempo de cura irá variar conforme a pessoa. Pessoas com um sistema imunológico comprometido necessitam de tratamento especializado, exames de investigação imunológica e clínica. As lesões individuais podem ser removidas de diversas maneiras: de acordo com a idade, condições e fatores individuais de cada paciente. É importante a orientação familiar sobre os aspectos da doença e a possibilidade da cura espontânea. Situações sociais envolvidas na patologia, como o paciente frequentar creches e escolas, faz com que seja mandatória a remoção das lesões. Vários procedimentos são válidos, como a extração manual com profissional habilitado ou em casa pela família; remoção cirúrgica, por raspagem, curetagem ou congelamento; ou por meio de eletrocirurgia com agulhas. É importante o paciente estar ciente que procedimentos cirúrgicos podem deixar cicatrizes. Medicamentos, como os utilizados para remover verrugas, podem auxiliar na remoção de lesões maiores. Já para tratar lesões muito pequenas, nas quais a remoção mecânica se torna inviável, ou crianças maiores, o imiquimode pode ser empregado como coadjuvante na terapia. É importante também lembrar que se trata de uma doença viral e que, nos casos rebeldes, a investigação da saúde do paciente é fundamental.

Prevenção
Evitar contato direto com pessoas que tenham essas lesões de pele, como, por exemplo, crianças ou pacientes susceptíveis. Evitar também o compartilhamento de toalhas e de objetos de uso íntimo, assim como manter relações sexuais desprotegidas.

Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/molusco/61/

O que é?
Verrugas são proliferações benignas da pele causadas pelo papilomavírus humano (HPV). A infecção ocorre nas camadas mais superficiais da pele ou mucosa, ativando o crescimento anormal das células da epiderme. A transmissão do HPV ocorre por contato direto com pessoas e/ou objetos infectados. Pequenas feridas são necessárias para a inoculação do HPV, motivo pelo qual as verrugas são mais comuns em áreas de traumas. É possível ocorrer autoinoculação por meio de pequenos ferimentos que servem de porta de entrada para o vírus, também há transmissão pelo contato sexual e pela via materno fetal no momento do parto. Pacientes com baixa imunidade são os mais vulneráveis ao aparecimento de verrugas. O pico de incidência ocorre entre 12 e 16 anos. Após o contato, pode demorar semanas a meses para as lesões aparecerem.

Sintomas
O aspecto da verruga varia de acordo com o local acometido. Costumam se apresentar sem sintomas. Porém, não é anormal que, ocasionalmente, haja sangramento ou dor. Frequentemente são vegetantes (aspecto de couve-flor), ásperas, da cor da pele, mas também podem ser planas, macias e escuras. As lesões clínicas decorrentes da infecção pelo HPV podem se apresentar de diferentes formas:

Verrugas vulgares: são os tipos mais comuns. Em geral, as lesões são pápulas irregulares, endurecidas e ásperas. Podem se apresentar como lesões isoladas ou agrupadas, em número variável. Encontram-se com frequência em áreas sujeitas a maior trauma, como mãos, dedos, cotovelos, joelhos e ao redor das unhas (verrugas periungueais).

Verrugas filiformes: apresentam-se como projeções finas e alongadas, em geral isoladas ou pouco numerosas. Comumente surgem na face, pescoço, pálpebras e lábios, e é alta a incidência em pessoas mais velhas.

Verrugas planas: apresentam-se como pequenas pápulas (“bolinhas”) acastanhadas ou amareladas, de no máximo 5 mm, cuja principal característica é apresentar uma superfície plana e lisa. Surgem com maior frequência na face e dorso das mãos de adolescentes.

Verrugas plantares: as verrugas localizadas nas plantas dos pés são muitas vezes confundidas com os calos. O peso que o corpo exerce sobre elas faz com que cresçam para dentro, o que provoca dor ao andar. A presença de um anel periférico espessado com pequenos pontos escuros no centro da lesão lembra a imagem de um “olho de peixe”, nome pelo qual são popularmente conhecidas.

Verrugas anogenitais: apresentam-se como lesões vegetantes, úmidas, isoladas ou agrupadas, que lembram o aspecto de couve-flor (condiloma acuminado). Podem acometer a mucosa genital feminina e masculina, uretra, vagina, colo do útero, região perianal ou mucosa oral. Existem diferentes subtipos virais envolvidos na infecção genital, estando bem estabelecida a relação entre a infecção genital por alguns subtipos de HPV considerados de alto risco e o câncer genital, principalmente o do colo do útero.

Tratamentos
As verrugas podem involuir espontaneamente, dentro de meses, ou persistir por anos. Crianças, geralmente, se curam sem necessidade de medicação, entretanto, por causa do risco de disseminação do vírus para outras pessoas e o surgimento de novas lesões no próprio indivíduo pela autocontaminação, seu tratamento é recomendado. Já nos adultos, as verrugas não costumam desaparecer sem tratamento. Existem diferentes modalidades terapêuticas que levam à destruição ou à remoção das lesões. São usados tanto medicamentos tópicos, quanto ácidos, por exemplo, até procedimentos cirúrgicos. Cada tipo de verruga exige um tratamento diferenciado. As verrugas anogenitais são mais difíceis de serem tratadas, podendo ser necessária não só uma combinação de terapias como, em muitos casos, cirurgias para a retirada das lesões. Por causa do risco de provocar câncer, esse tipo deve ser tratado com muita atenção.

Prevenção
As vacinas contra o HPV estão indicadas para prevenção da infecção genital, reduzindo o risco de evolução para o câncer genital. É indicada para meninas, a partir dos 9 anos, e meninos, de 12 e 13 anos, por enquanto. Por ser uma vacina preventiva, deve ser aplicada preferencialmente antes do início da vida sexual e está disponível nos postos de saúde.

Fonte: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/verrugas/20/