Saiba mais sobre a apneia do sono e o ronco

Saiba mais sobre a apneia do sono e o ronco

Você certamente já ouviu falar em ronco e apneia do sono. Mas sabe o que causa esses distúrbios? A apneia é caracterizada por interrupções na respiração que se repetem ao longo da noite, principalmente nos estágios mais profundos do sono, levando muitas vezes a uma redução da oxigenação.

Já o ronco é o barulho provocado por um estreitamento ou obstrução na vias aérea superior durante o sono. Esse estreitamento dificulta a passagem do ar e provoca a vibração dessas estruturas. Ele pode ser um dos sintomas da apneia.

Existem três tipos principais de apneia do sono:

1 – Apneia obstrutiva do sono (AOS)
Esse é o tipo mais comum de apneia. O ar para de fluir para os pulmões devido a uma obstrução nas via aérea superior, ou seja, no nariz ou na garganta.

2 – Apneia central do sono (ACS)
Pode ser causada por insuficiência cardíaca ou doenças que envolvam o controle respiratório cerebral, tais como:

AVC;

tumor cerebral;

infecção viral no cérebro;

doença respiratória crônica.

3 – Apneia mista do sono
Quando as duas coexistem, ou seja, uma obstrução da via aérea superior associada a ausência do estímulo respiratório.

E por qual motivo é tão importante tratar esses distúrbios do sono? Além de reduzir a oxigenação dos órgãos e tecidos, as pausas respiratórias levam a pessoa a microdespertares e fragmentação do sono, gerando cansaço e sonolência durante o dia, falta de produtividade e até de libido. Em longo prazo, a apneia obstrutiva do sono aumenta muito o risco de hipertensão arterial, diabetes, depressão e distúrbios do humor, doenças cardícas e de morte por infarto ou acidente vascular encefálico. Existem também estudos associando a falta de sono reparador à dificuldade para perder peso e até maior risco de demências e câncer.

Tratamento
O tratamento depende da causa e da gravidade do quadro e costuma ser multidisciplinar. Em casos mais leves, medidas como perda de peso, orientações sobre a posição de dormir ou exercícios fonoaudiológicos são suficientes para melhorar a apneia.

Quando essas opções não são eficazes, ou para casos mais severos, podem ser indicados aparelhos de avanço mandibular (desenvolvidos em parceria com dentistas especializados) ou máscaras (CPAP) que impedem a parada do fluxo durante o sono. Alguns pacientes ainda podem precisar de cirurgia, como nos casos de amigdalas hipertrofiadas ou desvios de septo ou pólipos nasais.

Principais abordagens de tratamento
• Mudanças no estilo de vida:
Exercícios físicos e alimentação saudável são medidas essenciais para quem sofre de apneia. Parar de fumar, evitar o uso de álcool e de medicamentos para dormir também são orientações importantes e devem ser conversadas com seu médico;

• Controle de doenças
O tratamento de alterações hormonais ou doenças crônicas, como a rinite, podem ser necessários para evitar a apneia;

• Terapia miofuncional:
Em parceria com o fonoaudiólogo, consiste na realização de exercícios de fortalecimento da musculatur da língua, a faringe e face, trazendo excelentes resultados quando bem indicados e feitos de forma adequada;

• Aparelhos intraorais de avanço mandibular:
Desenvolvidos por dentistas especializados em odontologia do sono, eles ajudam a reposicionar a mandíbula, a fim de manter a via aérea desobstruída durante o sono.

• Aparelhos de pressão positiva (CPAP):
Esse método é considerado o tratamento padrão-ouro para a síndrome de apneia obstrutiva do sono. O equipamento mantém a via aérea desobstruída por meio da passagem constante de ar com uma certa pressão, através de uma máscara (geralmente cobrindo apenas o nariz ou nariz e boca) que deve ser adaptada ao rosto do paciente e conectada a um aparelho capaz de emitie esse fluxo xe ar;

• Cirurgia:
A intervenção cirúrgica para retirada das amígdalas e/ou adenoide pode solucionar boa parte dos casos de apneia do sono em crianças mas, em adultos, as cirurgias são indicadas em casos mais específicos, como amígdalas hipertrofiadas, desvios do septo nasal ou presença de pólipos ocupando as fossas nasais e prejudicando a respiração. Muitas vezes, essa forma de tratamento não é curativa, ou seja, é apenas um dos passos no tratamento do ronco e apnéia do sono e deve ser associada a alguma das outras opções acima descritas.